domingo, 28 de novembro de 2010

Um Venerável Doutor



Amchi-la Tsultim estudou durante oito anos na escola de Kuan Tung Hooray, na Mongólia interna. Depois, outros cinco no mosteiro de Labrang Tashi Knyl, completando a sua preparação no campo das religiões e das artes. A partir daí começou a se dedicar à medicina, aprofundando o ensinamento de Buda e de todos os "paramitas", os textos clássicos orientais da arte médica, no famoso mosteiro tibetano de Drepung, e lá permaneceu por 25 anos.

Faltava-lhe ainda aprofundar-se na ciência dos Tantra (1) . E o fez, por mais nove anos, em Gyue me Dratsang, o melhor dentre os colégios tântricos do Tibete. Então visitou todos os grandes gurus, foi discípulo do lama Ling Rinpoche. Sob sua orientação e conselho dedicou anos a uma peregrinação "às 108 fontes d'água natural e aos 108 cemitérios", como manda o ritual. Por último, retirou-se para uma caverna, e por alguns anos ali viveu. Nu e solitário, jejuando muito, e suportando os calores estivais e as temperaturas abaixo de zero.

Hoje é o mais conhecido dos médicos tibetanos, da Mongólia até a Índia, vive exilado perto dos confins do Tibete, no enclave indiano (onde também se refugiou o Dalai Lama). Vem gente de todas as partes para pedir-lhe diagnósticos (médicos e espirituais), conselhos para o corpo e para a alma. Naturalmente, ele não pode mais ser tão jovem. Tem 104 anos. Chama-se Amchi-la Tsultim. Amchi-la quer dizer "um muito respeitável doutor", e Tsultim, que é sinônimo de geshe, pode, muito restritamente, ser traduzido como professor de filosofia. Tem uma aparência santa e qualquer um pensa, ou percebe que se prepara para "reencarnar", como o guru Rinpoche, seu mestre.

Quando estivemos na Índia, para uma pesquisa, sobre a medicina oriental, pedimos que nos desse uma entrevista. O venerável Tsultim respondeu com um sorriso afirmativo, solicitando, no entanto, que esperássemos. Mas o tempo, para nós, tem limites mais restritos, e era preciso partir, mesmo sem termos a entrevista. Mas confiamos cinco perguntas sobre a medicina tibetana (o diagnóstico, as farmácias, as terapias, a filosofia, a deontologia (2) a uma sua ex-paciente e depois devota aluna, a baronesa belga Olivia de Haulleville. Agora o santo homem nos respondeu, após ter meditado sobre as perguntas (três anos: nada, se comparado com o infinito).

O diagnóstico

Para descobrirmos a doença, disse ele, "dispomos de quatro vias: o pulso, a urina, os cinco sentidos e as perguntas". A última via, as perguntas, é a mesma que a medicina ocidental chama de anamnese: antecedentes do doente e dos familiares. Os sentidos permitem saber onde e o que dói, e como. A urina: o doutor examina, nela, a cor, o odor, os sedimentos; não usa reagentes químicos. (Examina naturalmente também as fezes, primeiro a "seco", depois movendo-as dentro de um recipiente com água para testar-lhes a consistência e outros fatores; se, depois, o paciente se presta a produzi-las naquele instante, avaliam-se o odor e o processo.) O exame do pulso também é usado na nossa medicina, mas na tibetana ocupa um lugar preponderante. "Fornece sozinho", diz Tsultim, "80% das informações que permitem chegar ao diagnóstico."

E explica: "Usamos a nossa mão direita para ler as batidas da mão esquerda do paciente, e vice-versa. Cada dedo dá a indicação do estado de um órgão específico: o indicador dá a pulsação do coração (nos homens; ao invés, dá as indicações relativas aos pulmões nas mulheres) e indicações sobre a condição do intestino delgado. O dedo médio informa sobre o estômago e o baço. O anular, sobre o rim esquerdo e sobre as vesículas seminais (os ovários para as mulheres). Tudo isso para a mão esquerda. Na mão direita o indicador demonstra o estado dos pulmões (nos homens; e o coração, nas mulheres) e o intestino grosso. O médio, fígado e vesícula biliar. O anular, rim direito e o condutor urinário".

O exame se completa exercendo-se diferentes graus de pressão: "o indicador do médico deve apenas tocar de leve a superfície, o médio, ao contrário, deve apertar ao máximo, comprimindo a carne, o anular deve apertar até sentir o osso". A um exame aprofundado (feito através das batidas internas percebidas pelo exame minucioso dos dedos) dos vários órgãos do doente segue-se o "reconhecimento do mal, o diagnóstico, e com ele a terapia apropriada para o tratamento".

 Os medicamentos

Enquanto os elementos farmacêuticos da medicina indiana se baseiam essencialmente em ervas, a medicina tibetana se apóia em igual medida nas ervas e nas pedras (naturalmente esmigalhadas e reduzidas a pó, depois misturado às ervas nos preparados farmacêuticos). "Usamos para os medicamentos ervas, raízes, frutos, flores, folhas, cascas e madeira de determinadas árvores; vinhos, água e terra, e pedras preciosas; produtos animais como o corno do rinoceronte, as glândulas do cervo, a bílis de outros animais." Moídos, todos estes produtos são misturados em uma pasta que se deixa secar e se divide, então, em pequenos grãos, de maneira a formar grandes pílulas, do tamanho dos nossos caramelos. O sabor é, em geral, desagradável, muitas vezes bastante amargo. Um componente básico de quase toda farmácia é uma planta indiana — myrobalans — chamada "remédio universal".


Merecem uma menção à parte duas pílulas especiais: o rilu e o Chu-len. O rilu, explica Tsultim, "é produto farmacêutico idealizado pelo meu mestre Rinpoche , capaz de devolver a saúde a uma pessoa que esteja morrendo envenenada". Protege, assim, a vida de toda e qualquer criatura, homem ou animal, "mesmo que seja só por contato": e aqui se explica a grande procura dos tibetanos pela pílula e o fato de eles incrustarem-nas e levarem-nas ao pescoço (ou no pescoço dos animais, que ali não são menos preciosos que os homens).

Quanto ao Chu-len, trata-se de "uma pílula que serve de alimento e que é feita especialmente para os sábios que querem retirar-se do mundo, permanecendo em meditações em algum lugar deserto, sem comida nem água. O Chu-len preparado com uma infinidade de ingredientes aos quais se acrescenta as "bençãos do guru" dá a quem o toma todas as vitaminas e as substâncias necessárias à sobrevivência física, torna a pessoa insensível à fadiga, dá a sensação de uma não-gravidade".

Ainda há mais: "Rejuvenesce, protege contra todas as doenças, aumenta a extensão da vida". É inútil perguntar se o venerável Tsultim tem condições de preparar o rilu e o Chu-len. É claro que tem, junto com outros pouquíssimos gurus. Revelará aos seus discípulos o segredo destas pílulas? Não responde. Somente acrescenta que "arrisca a vida quem ingere o Chu-len sem a autorização do guru".

 As terapias

Para a utilização e tratamento auxiliar dos produtos farmacêuticos, as terapias são as mais diversas e variam segundo a natureza dos males. A medicina tibetana usa a acupuntura e a moxa (combustão) chinesa, assim como recorre muitas vezes à sufumigação (3) e à sangria. Considera a dieta fundamental, pressupondo (isso acontece, principalmente, mesmo nos nossos tempos, no Ocidente) que "a maior parte das doenças do homem é conseqüência dos maus hábitos na nutrição".

"Nunca se poderia, por exemplo, consumir juntos" — diz Tsultim — "peixe e leite frio, ou carne e álcool: ingeridos ocasionalmente, estas combinações de comida e bebida não causam danos, mas se isso acontece continuamente, causa uma debilitação das capacidades digestivas o que vem a provocar formas de envenenamentos gástricos que se apresentam sob a forma de dores de cabeça e enfraquecimento da memória. Podem, também, dar lugar a distúrbios do pâncreas e das vias urinárias, além de doenças mais graves como tumores no intestino delgado e no duodeno."

E agora se entra no campo da medicina preventiva (que a arte médica tibetana, como a indiana, prefere) com o emprego de produtos vegetais e não-químicos: "Misturemos cinco ervas medicinais com o líquido do conduto seminal de animais comprovadamente estéreis: a mulher deve tomar o remédio no quarto dia de sua menstruação continuar tomando-o por sete dias: não ficará grávida por um ano".

Tsultim conhece, também, naturalmente abortivos vegetais eficazes. Mas usa-os somente "em casos muito particulares: a religião budista considera pecado qualquer forma de supressão da vida". Na cirurgia, medicina tibetana pratica "intervenções de cateterismo (4) do coração (atingimos músculo inserindo em uma veia um tubinho fino, para remover o excesso de água do coração) ou a cauterização de certos nervos, que praticamos para suprimir dores físicas rebeldes a qualquer outra espécie de cura".


 As leis médicas

O primeiro texto médico foi escrito por Buda, e relaciona "as quatro forças que compõem o organismo humano: tsa-gu, a terra; sha-gu, o fogo; mangna-chigu, a água; chima-gu, o ar (é inevitável lembrar a teoria hipocrática das índoles e a dos quatro temperamentos de Demócrito). Por fim é preciso falar, também, da vizinha medicina chinesa: nela a doença é a quebra do relacionamento entre a energia do sol e da vida (yang) e a energia da terra e da morte (yin)".

Os conhecimentos médicos tibetanos vêm todos do "Buda azul" ou Bhaisajya Buda ("Buda da medicina"), que hoje em dia, no Oriente, todos invocam quando caem doentes. Sobre os ensinamentos do Buda foram redigidos os quatro Tantra, as obras básicas que contêm a raiz do conhecimento médico, a técnica dos diagnósticos, a terapia das ervas, a preparação dos medicamentos; a grande quantidade de obras, algumas até bem recentes, vieram completar e modernizar os Tantra.

Como disse o Dr. Jeffrey Hopkins da Universidade de Virgínia (um atento estudioso americano da medicina indiana e tibetana), "a essência dessa arte médica é, podemos dizer, paranormal: uma palavra que nós usamos quando nos referimos a técnicas que não conseguimos compreender".

O doutor Gerard Goldstein, um seu colega, completou seu pensamento com maior realismo: "Devemos reconhecer que grande parte da diferença entre as ciências médicas está, sobretudo, na terminologia e nas classificações dos ingredientes: podem ser expressas de modos diferentes as mesmas coisas".


A Deontologia

O doutor Tsultim relaciona, assim, os princípios do código moral do médico:

"Nunca dar uma informação errada sobre a composição de um medicamento" (é, por assim dizer, um golpe mortal o uso ocidental dos "brevetes"). "Nunca dar um medicamento com o fim de matar" (quem pensa no juramento de Hipócrates, tenha em mente de que estas normas, o precedem em alguns milhares de anos).

Ainda: "Seja sempre uniforme na qualidade das tuas curas" (isto é, nunca tratar melhor a alguns pacientes que talvez tenham melhores posses, em detrimento de outros que não as possuem).

"Tenha para todos a mesma compaixão." Uma norma específica diz respeito ao médico: "Abstenha-se de consumir qualquer coisa que possa te intoxicar".

Há ainda uma regra que talvez não encontremos tão facilmente na ética e nas praxes da medicina ocidental. Diz: "Recorde-se que fez juramento de não pedir nunca nenhuma compensação pelos serviços que prestar".

* O venerável doutor vive (o texto é de 1976), atualmente, em Kalimpong, em uma cabana em que, quando chove, a água penetra abundante pelas fendas do teto.


 Glossário:


1) Tantra: obras básicas da medicina budista.

2) Deontologia: tratado dos deveres — ética profissional.

3) Sufumigação: aplicação de vapor medicinal.

4) Cateterismo: qualquer sondagem cirúrgica em canal ou conduto natural.



* Extraído de um texto de Giuliano Ferrieri - 1976


terça-feira, 23 de novembro de 2010

Os mistérios da Água



Nenhum cientista ficou surpreso ao saber que Pauling pesquisava a água, fato que teria espantado provavelmente os leigos. Pauling recebeu duas vezes o Premio Nobel, uma vez pela paz, e a segunda por seus trabalhos de química. Ele fundou o grupo Pugwash, organização que reúne os maiores pesquisadores do mundo.  Que diabo pensa consigo o leigo: - um cientista dessa estatura vai procurar nesse elemento superconhecido que é a água?  Pauling indagava simplesmente por que a agua ferve a 100 centigrados: o ponto de ebulição dos corpos varia com o seu peso molecular; o propano, por exemplo, cujo peso molecular é de 44, ferve a 42 º C, e a água, com seu peso molecular de 18, deveria ferver a 26 ºC.

Qual razão dessa anomalia?

Esse líquido honesto guardou durante muito tempo seu segredo.

Para Tales de Mileto e Empédocles, a água era um dos quatro elementos da natureza.  Outros autores antigos afirmavam (e provavam), que ela se transformava em terra após haver sido fervida.  Isso decorria de um pequeno erro na experiência, eles ferviam a água em recipientes de vidro, de sorte que uma quantidade ínfima de silicato alcalino se dissolvia e permanecia no fundo do frasco após a evaporação. Esse resíduo era terroso. Lavoisier apontou esse erro experimental em 1773.

Oito anos mais tarde, Cavendish obtinha água queimando o hidrogênio, e foi por esse razão que Watt imaginou que a água era uma mistura de hidrogênio e de "flogistica" - uma substancia hipotética que explicava a combustão dos corpos. Finalmente, em 1783, Lavoisier descobriu que a água era uma mistura de hidrogênio e de oxigênio, embora tenha se enganado quanto às proporções. Guilhotinado durante a Revolução Francesa, ele não teve tempo de corrigir seus cálculos.  Faltava resolver ainda o problema da ebulição anormal. Pauling porventura sabia, ao iniciar suas pesquisas, o que iria encontrar?  Esse é o segredo da pesquisa cientifica quando a intuição, (ou quem sabe, a adivinhação), lança experiência e deduções em caminhos desconhecidos. Não entraremos nos detalhes a respeito dos trabalhos de Pauling, base de uma nova ciência, diremos apenas que ele descobriu que as cargas, positivas e negativas, de cada molécula de água não se neutralizavam. E que cada uma das moléculas possuía dois pólos.

Foi nesse dia que o homem penetrou na intimidade da água. Finalmente tinha chegado sua vez, Pauling demonstrou ainda que as moléculas da água, pelo fato de serem bipolares, reuniam-se em "grupos":
Foi Bernal quem realizou o estudo desses grupos.

   
Alguns anos mais tarde, os austeros membros da Academia Real de Londres ficaram um tanto surpresos quando viram seu ilustre colega subir no estrado carregando alguns barris extremamente pesados.  Bernal explicou-lhes que alguns barris continham objetos em forma de triedro, de octaedro, de tetraedro etc., e que o último barril estava cheio de objetos da mesma natureza embora de forma pentaédrica, (de cinco faces).  Bernal abriu em seguida os barris e os inclinou.

Os primeiros conservaram obstinadamente o seu conteúdo, que escorria lentamente do barril cheio de pentaedros.
- Isso explica - disse Bernal - por que água corre. Os "grupos" descobertos por Pauling formam sua simetria da ordem de 5, como a estrela de pontas cujos eixos da simetria se cortam. Esses “grupos” reúnem cinco moléculas numa pirâmide de base quadrangular.

O homem sabia, agora, como era feita a água. Mas contam que no final dessa comunicação, alguns membros da Academia Real lembraram que nosso corpo contém 60 % de água, que possuímos cinco dedos, que as flores apresentam uma simetria baseada no número cinco, que a estrela-do-mar tem cinco pontas, que não existe cristal cuja simetria seja baseada no número cinco, nem de núcleo atômico estável com cinco partes. Será que essa simetria da ordem de 5, presente em alguns casos, ausente em outros, não teria um significado muito geral?

Foi então que os cientistas ficaram conhecendo as experiências de Piccardi. Esse pesquisador italiano, membro de importantes organizações cientificas, autor de estudos muito considerados entre seus colegas, surpreendeu-se ao constatar que o resultado de numerosas experiências variava segundo a data em que era realizada. Isso era algo absolutamente incompreensível, cientificamente inadmissível, uma vez que em todas as datas a experiência era realizada em condições rigorosamente semelhantes.

Piccardi pesquisou durante 11 anos, realizou milhares de experiências, descobriu regularmente algumas diferenças aberrantes e formulou a seguinte hipótese de trabalho:

"Uma vez que somente a data varia, é de supor que "algo" se produz em cada experiência, que uma força intervêm que não é a mesma em março e em setembro, e modifica os processos e os resultados de minhas experiências, realizadas, quanto ao mais, exatamente da mesma maneira".

Que força podia ser essa?  Piccardi lembrou-se então que a Terra gira em torno do Sol que, durante esse tempo, dirige-se para a constelação de Hercules. Uma vez que ela gira em torno de um objeto --- o Sol --- que por sua vez se desloca, nossa Terra descreve necessariamente um movimento helicoidal através do espaço.

Ao descrever esse movimento, ela se apresenta diferentemente, em diversas datas, em relação à Via Láctea.

- Se existirem campos de força na Via Láctea - observou Piccardi - eles atingirão diferentemente a Terra em cada data, e sempre da mesma maneira todos os anos, já que nosso movimento helicoidal é mais ou menos regular. A intervenção dessas forças, mais ou menos intensas, diferentes segundo o momento, explicaria as diferenças nos resultados das experiências realizadas nas mesmas condições - com exceção das datas.

A hipótese era sedutora. Mas existiriam de fato esses campos de força da Via Láctea?


Antonio Giao, reunindo as experiências de Piccardi e as equações de Einstein, provou posteriormente a existência dos campos de forças galácticas.

A hipótese de Piccardi, aceita cientificamente, era de qualquer modo a única explicação possível para as diferenças encontradas nos resultados das experiências.

Restava saber como essas forças galácticas operavam. Sem entrar em detalhes extremamente complexos, basta saber que de 1951 a 1960 mais de 250 mil experiências foram realizadas por diversos cientistas do mundo inteiro, que analisaram e compararam os resultados das experiências levadas a efeito de Madagascar às ilhas Kerguelen, do Japão à Antártida, em toda parte onde operavam as forças galácticas recentemente descobertas. . .

A resposta chegou finalmente: as forças galácticas operavam por intermédio da água. Grosseiramente falando, elas fazem girar e deformam as pirâmides de cinco faces e base retangular que unem as moléculas bipolares e formadoras da água - conforme provaram as experiências de Pauling e de Bernal.

Essa descoberta nos abre um domínio infinito.  Porque nosso sangue, nosso organismo, os animais, as plantas da terra - tudo é feito de água. Se for comprovado que as moléculas dessa água onipresente se deformam em certas datas, quantos problemas novos não se apresentar o aos pesquisadores?

Sem mencionar a influência hipotética das configurações astrais, devemos reconhecer que as pessoas nascidas sob o signo de Escorpião não foram influenciadas da mesma maneira pelas forças galácticas que aquelas que nasceram sob o signo de Touro - isto é, no momento em que foram concebidas e durante a vida intra-uterina, período em que o organismo é especialmente sensível. Isso indica que os astrólogos primitivos já haviam suspeitado alguma coisa do invisível. 

Mais concretamente, toda a física, toda a química, toda a biologia e mais longe ainda, todo o conhecimento humano incluindo o de suas sociedades e da política, devem ser repensados levando em conta as descobertas de Pauling, Bernal, Piccardi e Giao, os quais descobriram como a agua é feita, que ela serve de intermediário entre as forças galácticas e tudo que vive na Terra e que seus grupos pentaédricos, sensíveis a essas forças, tinham a capacidade de armazenar e transmitir sua energia.
 
Ocorreu ao Dr. Ménétrier - as pesquisas se processavam ao mesmo tempo em diversas disciplinas, como costuma acontecer - diluir na água partículas de ouro e de cobalto ionizados. A solução era composta de partículas infinitamente pequenas, imperceptíveis.

O Dr. Ménétrier utilizou em seguida essa água como medicamento: Ela curava!  Temendo o efeito da auto-sugestão (é possível adormecer uma pessoa que sofre de insônia dizendo-lhe que a água pura que ela bebe contém um sonífero), ele recomeçou suas experiências.  E constatou que os remédios que continham uma quantidade tão pequena de ouro e de cobalto ionizados, que a análise mais cuidadosa não conseguia descobrir, agiam realmente sobre o organismo! Será que essa experiência fazia justiça finalmente a Hahnemann, o médico que foi obrigado a fugir da Alemanha por ter inventado a Homeopatia e feito concorrência a seus colegas alopatas? Faltava ainda explicar o fenômeno. Foi o que Boivin e Jacques Bergier tentaram fazer:

"E provável - pensaram eles - que essas pirâmides pentaédricas da água se orientem em torno da substância diluída em quantidades ínfimas, "copiam-na", "imitam-na" e operam como ela. Isso explicaria as curas incompreensíveis".

Jacques Bergier realizou em seguida uma experiência para verificar sua hipótese: dissolveu substâncias fluorescentes na água, tornou a dissolvê-las e recomeçou o mesmo processo até chegar ao ponto em que a dose delas era tão fraca que pareciam inexistentes.  Iluminou depois essa água com raios ultravioleta: ela se tornou mais fluorescente do que a água de torneira ou a água destilada, que nunca tinham "visto" essas substancias.  Outras pesquisas estão sendo realizadas atualmente.

Bernal, que descobriu as pirâmides pentaédricas da água, recebeu um dia em seu laboratório a visita de Boris Deryagin, físico soviético cujos trabalhos, com seus resultados surpreendentes, tinham sido freqüentemente contestados no Ocidente. O cientista russo trazia consigo um pequeno tubo de ensaio cheio de um líquido desconhecido. Bernal analisou o conteúdo: era simplesmente água, ou antes, um líquido extraído da água. Mas essa substância tinha urna densidade muito superior (40%) à da água comum, diferente da densidade da água pesada. Era necessária uma temperatura de 200 graus centígrados para fazê-la ferver; seu vapor, que podia ser aquecido até 800 º não dava água comum ao se esfriar, e ela não se transformava nunca em gelo; ela se tornava vidrosa à temperatura de apenas menos 50 º centígrados. Bernal aprofundou sua análise: o peso molecular desta água não era 18, mas 72. Em outras palavras, cada uma de suas moléculas era a associação de quatro moléculas da água comum. Esse fato, que apaixonou os cientistas, interessa a todos nós. Sabemos que alguns cientistas estudam a possibilidade de congelar o homem, hiberná-lo à temperatura de menos 40 centígrados e no momento propício; aquecê-lo e fazê-lo reviver.

Infelizmente, essa operação é irrealizável no momento aos 60% de água que contém nosso organismo: ao gelar, essa agua ocupa um volume maior, arrebentando os vasos capilares e matando o paciente. Ora, a agua de Deryagin não gela nunca. . .  Se fosse possível, no entanto, substituir a água de um indivíduo pela água de Deryagin nossa congelação (ou congelamento) seria praticável, seguida de um aquecimento posterior e de uma volta à vida. É fácil perceber os domínios que se abrem graças a essa descoberta.

 
 Abandonando essas fronteiras da pesquisa, voltemos à agua comum. Sabemos que, natureza, ela segue um circuito complicado: ao sair da terra, torna-se um filete d'agua, riacho, rio, açude, lago e, finalmente, oceano. O sol a aquece, seu vapor sobe na atmosfera onde ela se carrega de ozônio, volta sob a forma de chuva, de neve ou de granizo, e o ciclo recomeça.  Lembremos que Leonardo da Vinci havia pressentido esse fenômeno e que a água da chuva é um verdadeiro remédio.

Mas nós vivemos hoje longe da natureza e bebemos água da torneira que não tem nada a ver com a agua da chuva: é uma água regenerada, arejada, filtrada, tratada. Ela já serviu seis ou sete vezes. Foi limpa de suas substancias tóxicas ou simplesmente nocivas e nós a absorvemos sem nos causar nenhum mal.

Convém admitir, entretanto, que as opiniões variam a esse respeito. Alguns afirmam que a água clorada é prejudicial. Mas o contrário foi provado, a menos evidentemente que a quantidade de cloro não seja exagerada. . .  Se Marselha, por exemplo, não sucumbiu ao tifo antes de suas novas instalações de tratamento da água, foi por que a quantidade de cloro da água potável chegou ao máximo tolerável. E essa medida era necessária: a agua chegava à cidade por um canal aberto onde todos os rebanhos da Provença iam beber - o que não seria muito grave - e fazer ainda outras coisas, e os amantes da pesca não conheciam melhor pesqueiro do que a saída da antiga estação de tratamento. Podem imaginar qual era o alimento das carpas pescadas nesse local!  

O cloro salvou Marselha de suas águas poluídas e de suas águas de poço. Não há dúvida, portanto que a água tratada das cidades inofensiva ao organismo. Seu único inconveniente, de ordem psíquica: não são todas as pessoas que gostam de saber para que serviu a agua que bebem . . . Um outro aspecto do problema, saber se temos necessidade de uma água quimicamente pura.  Nosso organismo não necessita ingerir uma água que contenha alguns microrganismos?

Os criadores de peixes vermelhos sabem disso por experiência: eles recolhem a água da chuva, envelhecem-na em frascos colocados em cima das janelas e depois a despejam nos aquários.  Os peixes delicados vivem melhor com esse tratamento. A água envelhecida, que eles engolem e respiram, possui certamente animaizinhos microscópicos, micróbios inofensivos, e talvez oxidações necessárias à sobrevivência deles. Será que o mesmo não ocorre conosco?

Todo o problema de nossa civilização depende disso. Foi provado que um indivíduo que só come produtos absolutamente assépticos, que só bebe destilada, que só respira um ar isento de impurezas, é mais sensível às doenças do que seu avô, que tomava menos precauções para comer, beber e respirar. E isso por uma razão muito simples: seu organismo não produz os anticorpos indispensáveis à luta contra os micróbios portadores de doenças. .
 

Esse fato coloca, por sinal, um problema curioso, que foi admiravelmente exposto por Asimov no seu livro New Intelligent Manus Guide to Science, onde colhemos numerosas informações. Foi constatado que se colocarmos uma quantidade bem pequena de fluoretos na água que bebemos, ocorre um efeito de catálise que impede as cáries dentárias. Segundo os cálculos feitos, essa garantia absoluta custaria apenas 25 cents por americano por ano. Ora, os mesmos norte-americanos gastam todos os anos 500 milhões de reais nos seus dentistas, o que é muito, sem falar nos incômodos e no sofrimento dos tratamentos dentários.

Seria natural, por conseguinte, que a América do Norte colocasse a quantidade recomendável de flúor nos seus reservatórios de água. Essa operação, no entanto, mostrou-se irrealizável: 27 milhões de americanos declararam-se a favor da medida, enquanto 27 milhões votaram contra, apoiados por uma comissão nacional de luta contra a fluorização extremamente ativa. Teriam sido influenciados nisso pelos dentistas que temiam perder seu ganha-pão? De forma alguma. Os que condenaram a fluorização da água, proteção absoluta contra a cárie dentária, apresentaram dois argumentos:

O primeiro, bastante surpreendente: essa operação - explicaram eles - teria efeitos psíquicos desastrosos; ela embruteceria o americano e poderia mesmo torná-lo estéril! Alguns chegaram a afirmar que a campanha da fluorização era de origem e inspiração soviética, e que fazia parte de uma conspiração para destruir os Estados Unidos. . . Seria preciso dizer que nenhum dado científico comprova essa opinião?

O segundo argumento coloca um problema fundamental: o governo não tem o direito - afirmaram os 27 milhões de americanos contra o flúor - de impor uma água tratada quimicamente, por maiores que sejam as vantagens possíveis desse tratamento.

Parodiando Moliére, poderíamos emprestar-lhes essa frase: "O que vocês têm que ver com minha dor de dente?"

Essa posição, aliás, não é nova: ela se parece com a dos "antivacina" que criticaram Jenner quando ele descobriu a imunização contra a varíola, e cujos descendentes ideológicos continuam a condenar toda espécie de vacina. Defender as pessoas contra a vontade deles.  Isso merece reflexão: A sociedade tem o direito de defender as pessoas contra a vontade delas? Todo o problema da liberdade individual está nessa pergunta, tema especialmente delicado numa época em que as sociedades modernas controlam cada vez mais profundamente o comportamento de seus membros, em nome de decisões governamentais que nem sempre correspondem à nossa vontade pessoal, que é livre afinal para viver conforme lhe agradar se isso não causar prejuízo a outros.

Esse último aspecto do problema não deve encobrir o essencial, que é dramático: Consumimos água em quantidades cada vez maiores, seja para nossas "necessidades domésticas", seja em nossas indústrias, e muito em breve - num momento que pode ser calculado - mais água em quantidade suficientemente na Terra.

É verdade que algumas obras imensas de aproveitamento da água do mar já estão sendo realizadas em alguns países, como Israel e em Kuweit, por exemplo. Mas esse processo custa terrivelmente caro.

É estranho constatar que, no momento em que o homem começou a descobrir finalmente os mistérios da água, surgem os primeiros sinais de sua falta. . .aguardemos e porque não, rezemos!


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

PREPARO E UTILIZAÇÃO DAS PLANTAS MEDICINAIS


 MACERAÇÃO

Neste caso, para poder retirar todos os princípios medicinais de uma ou mais plantas, é preciso colocá-las num recipiente com tampa (urna garrafa, por exemplo) e acrescentar uma dose pré-estabelecida de água fria, álcool, vinagre ou vinho. Esse processo pode demorar de algumas horas a alguns dias, conforme especificar a receita. Também é necessário coar o líquido obtido.


 DECOCÇÃO

Esse tipo de preparação de medicamento é utilizado quando a erva indicada pertence à categoria de plantas que não perdem a eficácia quando, expostas ao calor. O método da decocção também é adotado quando a receita especificar o uso das raízes, cascas, ramos e sementes, que pertençam a plantas compactas e lenhosas. Nesse caso é necessário submeter a parte indicada da planta ao cozimento, em doses de água que variam de acordo com cada receita. A ebulição deve acontecer em fogo brando, podendo durar de algumas horas a poucos minutos, conforme a indicação. A decocção usualmente deve ser coada com um filtro de papel ou coador de pano. Para maior aproveitamento, deve-se espremer a papa obtida, entre os dedos, retirando assim o máximo de suco. O cozimento é que vai permitir retirar da planta todos os seus princípios ativos.

INFUSÃO

Para preparar uma infusão é necessário cortar em pequenos pedaços a parte da planta que se for utilizar, tanto pode ser a folha, como as flores, raízes, caule etc. Em seguida, jogar água fervente. O recipiente utilizado deve ser fechado com uma tampa. A infusão deve durar, no mínimo, quinze minutos. Da mesma forma que a decocção, para coar utiliza-se filtro de papel ou coador de pano.


CATAPLASMA OU EMPLASTO

Para a preparação da cataplasma utilizam-se, sempre, ervas frescas, que devem ser esmagadas até que se obtenha uma substância semelhante a uma papa. Em alguns casos específicos, a erva pode ser fervida em um pouco de leite ou vinagre. Nos dois casos esperar que o liquido evapore completamente. Em seguida colocar a papa entre dois pedaços de gaze ou tecido bem limpo, de preferência linho, e aplicar sobre a parte do corpo afetada. A cataplasma costuma ser utilizado para o tratamento de dores reumáticas, inflamações da pele   contusões, ulcerações, feridas e chagas.

SALADAS

É a forma mais natural de se empregar uma erva. Procure sempre hortaliças e folhas de hortas conhecidas que não utilizem agrotóxicos e que estejam livres de contaminação. Recomenda-se usar três a quatro qualidades por salada.




SUCOS

O material é triturado, com água, depois espremido e coado para separar o suco. Para períodos de stress os sucos de frutas são incomparáveis, pois são facilmente assimiláveis pelo organismo. Os princípios vitais, os minerais e vitaminas são obtidos de plantas frescas, de preferência recém-colhidas. As folhas podem ser maceradas e espremidas num coador inox ou passadas pela centrífuga. Esse suco puro deve ser administrado na dosagem aconselhada.

XAROPES

É o extrato das propriedades curativas das plantas em mel. O material a ser usado é mel de abelha-europa ou jataí, vasilhas de louça ou vidro, esterilizadas e plantas frescas ou secas, devidamente limpas.





COMPRESSAS

Consiste em molhar pedaços de algodão ou linho cru em chá forte, de plantas e aplica-se na região afetada. Os chás quentes têm efeito sedativo sobre inchaços, nevralgias, contusões, reumatismo, gota, etc.






GARRAFADAS

São feitas com diversas plantas medicinais misturadas dentro de uma garrafa com álcool, vinho ou cachaça.





CALDOS

São muito usada nos casos de convalescença, enjôos comuns, debilidade digestiva por fator nervoso, etc. Consiste em oferecer ao organismo as propriedades curativas das plantas em água quente, temperada, geralmente com sal.



TINTURAS

O material é moído e posto em meio litro de álcool, durante 2 dias, depois coado.








INALAÇÕES

É quando você respira o vapor produzido pelo chá aquecido de uma planta curativa.








GARGAREJO

São úteis em caso de inflamação das amígdalas, rouquidão, faringite e laringite.









É uma boa e prática maneira de guardar as plantas e suas propriedades curativas por um tempo maior. Devem ser substituídos no máximo ao final de 6 meses.








Material utilizado:

Vasilhas pequenas de vidro ou louça, devidamente esterilizadas.
Cascas, caules ou folhas secas.
Liquidificador, máquina de moer ou pilão de cobre esterilizado e bem seco.
As cascas de certas plantas podem ser raspadas na forma de pó, com faca afiada.


Como fazer:

Moer a erva
Sempre rotule a embalagem.
Tampe muito bem.
Guarde em local seco e fresco.
Use conforme necessário.


Pós úteis que você deve ter em casa:

- feno-grego (das sementes);

- semente de acelga;

- casca de carvalho;

- tronco de eucalipto carbonizado (carvão de eucalipto);

- semente de girassol tostada e moída;

- sementes de gergelim torradas e moídas.


quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Gordura Vegetal como Remédio



As gorduras vegetais têm sido recomendadas para melhorar a saúde desde meados da década de 60, quando nos pediram que substituíssemos a manteiga por margarina e a banha por óleo de milho e girassol para baixar o colesterol e reduzir o risco de morrer do coração. Em meados da década de 70 os pesquisadores descobriram que a margarina eleva o colesterol ainda mais que a manteiga, e ainda que os óleos vegetais possam diminuir nosso risco de doença cardíaca, aumentariam muito o risco de câncer e nos fariam engordar.

Agora, na década de 90, os principais especialistas em saúde nos aconselham a usar abundantemente o azeite de oliva, gordura mono-insaturada, e as poli-insaturadas gorduras ômega-3, como óleo de peixe e de linhaça. Esses óleos são propagandeados como tônicos milagrosos, capazes de aliviar o sofrimento da artrite ao câncer. Será que finalmente recebemos a mensagem certa a respeito do uso de gorduras?

A verdade é que pode haver alguns benefícios, mas assim como a margarina e o óleo de milho, recomendados com impunidade no passado, esses óleos também apresentam problemas graves.


GORDURAS ESSENCIAIS

Só as plantas podem criar dois tipos de gorduras poli-insaturadas chamadas ácidos graxos essenciais (AGE) conhecidos como ômega-3 e ômega-6. São considerados essenciais porque não podemos fabricar nenhum dos dois, e assim ambos precisam estar presentes em nossa comida. Todos os outros ácidos graxos podem ser sintetizados pelo homem a partir de qualquer excesso calórico da dieta. Contudo, só porque os outros ácidos graxos são considerados não essenciais pelo fato de podermos fabricá-los isso não significa que não tenham importância. Por exemplo, o ácido araquidônico, derivado do ácido linoléico, é o principal precursor dos hormônios importantes e poderosos conhecidos como eicosanóides.

O ácido linoléico é o tipo mais comum de gordura ômega-6 consumido pelas pessoas. Outra gordura ômega-6 da qual se fala muito é o ácido gama-linoleico. O ácido alfa-linolênico é a gordura ômega-3 mais comum de se consumir. O ácido eicosapentaenóico é uma gordura ômega-3 feita a partir do ácido alfa-linoleico e encontrado em grande concentração em óleos de peixe. O ácido linoléico é encontrado principalmente em óleos vegetais extraídos de sementes e a principal fonte de ácido alfa-linolênico são as verduras e algumas sementes.

Há três funções importantes dos AGE:
1) A mais importante é como parte dos fosfolipídios de todas as membranas celulares animais a deficiência de AGE resulta na formação de membranas defeituosas.
2) uma segunda é o transporte e a oxidação do colesterol; como resultado, os AGE tendem a reduzir o nível de colesterol no plasma.
3) uma terceira função é de precursores de hormônios usados em quantidades minúsculas, mas poderosos, conhecidos como eicosanóides (prostaglandinas, leucotrienos tromboxanos), que só se formam a partir de AGE.


DEFICIÊNCIA DE AGE

A deficiência de AGE em animais de laboratório causa lesões atribuídas principalmente a membranas celulares defeituosas, tais como interrupção súbita do crescimento, descascamento da pele, aumento da perda de água pela mudança da permeabilidade da pele, comprometimento da fertilidade, anormalidades renais, aumento da suscetibilidade a infecções e fraqueza do sistema cardiovascular. No homem, a deficiência pura de AGE tem sido estudada principalmente em pessoas sob alimentação intravenosa. Contudo, exames sensíveis encontraram deficiências em pacientes idosos, gente com doenças que causam má absorção de gorduras e após acidentes ou queimaduras graves. A deficiência de AGE não acontece em pessoas que seguem dietas pobres em gorduras, porque essas dietas são ricas em alimentos vegetais, ricos em AGE.

Com o uso de grande quantidade de produtos animais, a hidrogenação e óleos vegetais, a moagem e a seleção de alimentos pobres em ômega-3, reduzimos sistematicamente nossa ingestão de AGE. A deficiência relativa também é causada pela ingestão de grande quantidade de gordura animal saturada e gorduras trans sintéticas (como margarina e gordura vegetal hidrogenada), comum em dietas ocidentais. Esta deficiência de AGE tem papel importante no aparecimento de aterosclerose, trombose coronária, esclerose múltipla, complicações do diabete melito, hipertensão e certos tipos de câncer.


NECESSIDADE DE AGE

Dietas alimentares que contenham apenas 0,1% a 0,5% das calorias sob a forma de ácido linoléico são suficientes para corrigir todos os sinais de deficiência de ácidos graxos essenciais. Contudo, para uma saúde ideal recomenda-se ingestão mais elevada. Vários fatores afetam a necessidade dietética de AGE. Experimentos em animais e estudos epidemiológicos levam à recomendação de que a ingestão de ácido linoléico ômega-6 deveria ser reduzido a 2% a 4% das calorias e a de gorduras ômega-3 deveria ser aumentada para níveis superiores à de ômega-6 para a prevenção de doenças crônicas predominantes nos países especializados (Proc Soc Exp Biol Med 200:174, 1992).

Como as plantas sintetizam estas gorduras, são a fonte original e óbvia de todos os AGE. Se animais, digamos, peixes, têm quantidade significativa de AGE em seus tecidos, é porque comem plantas, como algas, que fabricaram originalmente os AGE. Óleos naturais contém combinações de quantidades variadas de gorduras ômega-6 e ômega-3, assim como várias gorduras saturadas e mono-insaturadas. Os ácidos graxos essenciais são encontrados em quantidade significativa em várias plantas:

Linoléico:
açafrão
girassol
semente de cânhamo
soja
noz
abóbora
gergelim
linhaça

Alfa-linolênico:
linhaça
cânhamo
canola (colza)
soja
verduras
beldroega-pequena (ora-pro-nobis)
perilla

Gama - linolênico:
borragem
semente de groselha-preta
prímula

Eicosapentaenóico:
peixes marinhos de água fria



BENEFÍCIOS DOS AGE

Doença cardíaca:
Há indícios de que os AGE da dieta, em especial a variedade ômega-3, protege da arteriosclerose e suas complicações trombóticas, tais como enfarte (Eicosanoids 1989; 2(2): 69-99). Provavelmente, o mecanismo envolve os eicosanóides e uma redução da tendência das plaquetas de aderir umas às outras, da viscosidade do sangue e da quantidade de fibrinogênio, com a diminuição resultante da tendência do sangue a formar coágulos (trombos) na artéria coronária (Am J Clin Nutr 54:438, 1991). Depois de alimentados com ácido alfa-linolênico, as artérias de pacientes obesos tornaram-se mais complacentes (elásticas), o que indica redução do risco de ataque cardíaco (Aterioscler Thromb Vasc Biol 17:1163, 1997). Contudo, há outros fatores alterados pelos AGE que podem aumentar a tendência a problemas cardíacos, como você verá abaixo.


Artrite:
Os eicosanóides produzidos pelos AGE e seus derivados provocam supressão do sistema imune, o que já se constatou que pode ser especialmente benéfico para pessoas que sofrem de artrite inflamatória, como a atrite reumatóide. Trinta e sete pacientes com artrite reumatóide e sinovite ativa foram tratados com 1,4 g/dia de ácido gama - linolênico de óleo de semente de borragem ou com óleo de semente de algodão (placebo). O ácido gama-linilênico reduziu o número de articulações doloridas em 36% e a contagem de articulações inchadas em 28%. Os pacientes que receberam placebo não apresentaram mudança ou sua doença piorou (Ann Intern Med 119:867, 1993). Outros estudos mostraram benefícios semelhantes com o uso de ácido gama - linolênico (Arthritis Rheum 39:1808, 1996). No entanto, não se comprovou que o tratamento com ácido alfa-linolênico ajudasse vítimas de artrite reumatóide (Rheumatology International 14:231, 1995).


Neuropatia diabética:
Pessoas com diabete costumam apresentar dor, dormência e queimação nos pés, após anos de doença. Este problema, conhecido como neuropatia diabética, tem-se beneficiado da terapia com ácido gama - linolênico. Por exemplo, 111 pacientes com neuropatia diabética leve receberam uma dose de ácido gama - linolênico de 480 mg por dia. A mudança após um ano foi mais favorável que a mudança dos que receberam placebo. O tratamento foi mais eficaz em pacientes relativamente bem controlados do que em pacientes mal controlados (Diabetes Care 16:8, 1993).


BENEFÍCIOS QUESTIONÁVEIS DOS AGE

Pesquisas sugeriram que os AGE seriam benéficos para muitas outras doenças, mas, quando posta à prova por estudos bem projetados (duplo-cego, controlados com placebo) sua eficácia não pôde ser confirmada. Estudos controlados por placebo da suplementação com AGE na dermatite atópica, que evitavam os problemas metodológicos e analíticos de estudos anteriores, não encontraram efeito algum dos AGE nesta doença (Lancet 341:1557, 1993; Clin Exp Dermatol 19:127, 1994). O óleo de prímula e o de peixe no tratamento da psoríase foram estudados em trinta e sete pacientes, num estudo paralelo e duplo-cego, e não se verificou melhora significativa da gravidade clínica da doença (Clin Exp Dermatol 1994 19:127, 1994). Num estudo transversal, duplo-cego e randomizado, 27 mulheres diagnosticadas com síndrome pré-menstrual foram tratadas com AGE e placebo, e o tratamento não reduziu seus sintomas (Obstet Gynecol 81:93, 1993).

Já se afirmou que o tratamento com AGE poderia beneficiar muitos outros problemas, como enxaquecas (Cephalalgia 17:127 1997), mal de Alzheimer (Med Hypotheses 39:123, 1992) e discinesia tardia (Psychiatry Res 27:313, 1989). No entanto, estudos adequadamente planejados ainda têm de ser realizados para confirmar ou refutar os benefícios alegados.


 EXCESSO DE COISA BOA

O azeite de oliva e os ácidos graxos ômega-3 têm sido promovidos na prevenção e no tratamento de doenças. No entanto, a suplementação com doses elevadas dessas substâncias farmacologicamente ativas no ambiente errado pode ser prejudicial.

Risco maior de doença cardíaca:
A maioria das pessoas supõe que o azeite de oliva protege contra doenças cardíacas por causa da incidência reduzida de problemas cardíacos nos países mediterrâneos e que os AGE também impedem doenças do coração. No entanto, a pesquisa indica outra coisa. Um estudo com seres humanos, realizado pelo Dr. David Blankenhorn e seus colegas, comparou o efeito de diversos tipos de gordura no crescimento de lesões ateroscleróticas dentro das artérias coronárias das pessoas estudando o resultado de angiogramas realizados com um ano de diferença (JAMA 263:1646, 1990). O estudo demonstrou que todos os três tipos de gordura -- gordura animal saturada, gordura mono-insaturada (azeite de oliva) e poli-insaturada (AGE) -- estavam associados ao aumento significativo de novas lesões ateroscleróticas. O mais importante é que o crescimento destas lesões não parou quando gorduras poli-insaturadas do tipo ômega-6 (ácido linoléico) e gorduras mono-insaturadas (azeite de oliva) substituíram as gorduras saturadas. Só pela redução da ingestão de todas as gorduras -- inclusive as poli e mono-insaturadas -- as lesões pararam de crescer.

As gorduras poli-insaturadas da dieta (AGE), tanto o tipo ômega-3 quanto o ômega-6, são incorporadas às placas ateroscleróticas humanas, promovendo, assim, danos às artérias e a progressão da aterosclerose (Lancet 344:1195, 1994). Em parte, isto acontece porque estes óleos são facilmente oxidados, formando radicais livres que danificam as artérias. A maioria das pesquisas indica que os AGE tipo ômega-6 são muito mais danosos para as artérias que os ômega-3 (Am J Clin Nutr 49:301, 1989).

Um estudo recente com macacos-verdes africanos descobriu que, quando a gordura saturada foi substituída por gordura mono-insaturada (azeite de oliva), esta não garantiu proteção contra a aterosclerose (Aterioscler Thromb Vasc Biol 15:2101, 1995). Além disso, refeições ricas em gorduras, em contraste com refeições com pouca gordura, podem causar aumento considerável do nível de triglicerídeos e de fatores de coagulação no sangue, o que leva a coágulo ou trombose da artéria coronária. Um dos fatores de coagulação mais importantes, capaz de predizer o risco de um ataque cardíaco, é o fator VII. As cinco gorduras testadas -- óleo de colza (canola), azeite de oliva, óleo de girassol, óleo babaçu e manteiga -- mostraram aumento semelhante dos triglicerídeos e do fator de coagulação VII após a refeição. Segundo os autores, "esses achados indicam que refeições ricas em gordura podem ser pró-trombóticas (causadoras de coágulos que levam ao infarto), independentemente de sua composição em ácidos graxos." (Aterioscler Thromb Vasc Biol 17:2904, 1997).

Como os AGE ômega-3 causam várias mudanças que tanto aumentam quanto diminuem o risco de um ataque cardíaco, o impacto global de seu consumo na forma de óleos livres tem de ser determinado por experiências futuras. Sem dúvida, as variedades ômega-6 causam danos às artérias. o mais provável é que os benefícios da dieta mediterrânea para o coração se devam ao fato de ser uma dieta quase vegetariana. A dieta mediterrânea é boa apesar do azeite (Am J Clin Nutr 61:1321S, 1995).


Colesterol mais elevado e mais diabete com óleos de peixe:
Tem-se dado muita atenção recentemente aos possíveis benefícios de aumentar a ingestão de ácido eicosapentaenóico (EPA) pelo consumo de óleo de peixe. Contudo, isto pode ter efeitos nocivos, como a elevação do nível de colesterol LDL ("mau") em pacientes com colesterol já elevado, e a deterioração da tolerância de glicose, ou, em outras palavras, piorando o diabete (Prostaglandins Leukot Essent Fatty Acids 44:127, 1991). Num estudo recente em que se alimentou pacientes obesos com ácido alfa-linolênico ômega-6, a sensibilidade à insulina e o "bom" colesterol HDL diminuíram e o volume de "mau" colesterol LDL oxidado aumentou (Aterioscler Thromb Vasc Biol 17:1163, 1997). Na maioria dos outros estudos, contudo, óleos ricos em ácido alfa-linolênico tiveram pouco efeito sobre o colesterol e os triglicerídeos (Am J Clin Nutr 65:1645, 1997).


Aumento do risco de hemorragia:
Como mencionado, um dos benefícios dos AGE é reduzir o risco de ataque cardíaco pela diminuição da tendência à formação de coágulos sangüíneos, "afinando" o sangue. O ácido alfa-linolênico é muito mais eficaz que o ácido linoléico para diminuir a tendência das plaquetas a se unirem (Euro J Clin Nutr 49:169, 1995). Contudo, quando se reduz a tendência do sangue a coagular-se aumenta-se também o tempo de sangramento e o risco de uma hemorragia fatal num acidente ou de morte num derrame hemorrágico (Rheumatology International 14:231, 1995).


Desequilíbrios nutricionais:
Quando se ingere grande quantidade de um único tipo de nutriente, isso prejudica o metabolismo de outros nutrientes de tipo semelhante. Por exemplo, doses elevadas de eicosapentaenóico (óleo de peixe) dadas a ocidentais também reduz o nível de ácido di-homo-gama-linolênico (DGLA), substância com uma faixa ampla de ações cardiovasculares e antiinflamatórias desejáveis (Prostaglandins Leukot Essent Fatty Acids 44:127, 1991). O equilíbrio adequado, provavelmente, encontra-se o mais perto possível da origem natural dos AGE -- os alimentos vegetais.


Supressão do sistema imune:
Os AGE dos tipos ômega-3 e ômega-6 inibem nosso sistema imune -- especialmente o mediado pelos linfócitos humanos e a produção e a atividade de substâncias imunológicas (Immunology 92:166, 1997). Isto inclui a supressão de células assassinas naturais, da produção de substâncias imunes conhecidas como citocinas (interleucina-1 [IL-1], IL-2, fator-alfa de necrose de tumor [TNF-alfa] e também da produção de interferon-gama. Essas funções imunes são importantes para nos defender de vírus, bactérias, parasitas e células cancerosas.


Obesidade:
A gordura corporal representa aquele "tostão poupado" para o dia em que a comida sumir (o que não tem acontecido ultimamente). As gorduras vegetais, como azeite de oliva e AGEs, são armazenadas tão facilmente quanto à gordura de bois, porcos e galinhas. Quando 54 mulheres obesas de um país mediterrâneo foram estudadas, descobriu-se que seguiam uma dieta pobre em carboidratos (35% das calorias) e rica em gorduras (43% das calorias). E 55% do total dessas gorduras vinham do azeite (Horm Metab Res 27:499, 1995).

Já se sugeriu que certos tipos de AGE podem ajudar as pessoas a perder peso. Contudo, uma avaliação duplo-cega de 12 semanas de óleo de prímula como agente anti-obesidade em 100 mulheres não encontrou diferença significativa na perda de peso obtida por aquelas que tomavam óleo de prímula comparadas às que tomavam placebo (Int J Obes 7:549, 1983).


Câncer:
Desde 1930 foram realizados centenas de estudos sobre o efeito da gordura da dieta na ocorrência de câncer em experiências com animais. Demonstrou-se que tanto a gordura animal quanto a vegetal aumentam o risco dos animais desenvolverem câncer e morrerem dele (Cancer Res 52:2040, 1992). O risco de disseminação (metástase) também aumenta com a maior ingestão de gordura. A maioria dos efeitos ocorre durante o período de promoção, em vez de na época do início do câncer.

O ácido linoléico, encontrado em grande quantidade nos óleos de milho e açafrão, é, dentre todos os ácidos graxos, o mais vigoroso promotor do câncer. Demonstrou-se que azeite, óleo de peixe, óleo de linhaça e outros ácidos graxos essenciais ômega-3 inibiam o crescimento do câncer em animais, quando oferecidos como ácidos graxos puros. Contudo, após a adição de pequena quantidade de ácido linoléico (como óleo de milho), eles perdiam, no todo ou em parte, sua capacidade de bloquear o crescimento de tumores (Am J Clin Nutr 66:1523S, 1997). Portanto, parece que uma pequena quantidade de ácido linoléico tem de estar presente para que uma gordura promova o câncer. É claro que esta pequena quantidade de ácido linoléico estará presente em todas as dietas humanas naturais.

A razão pela qual alguns estudos mostraram que o azeite de oliva promove o câncer e outros não provavelmente se deve à quantidade variável de ácido linoléico nos azeites disponíveis comercialmente. Parece haver algum equilíbrio entre os ácidos graxos ômega-3 e ômega-6 que é ideal para a inibição de tumores, mas infelizmente esta proporção varia em modelos experimentais diferentes. Como já se verificou que todos os tipos de ácidos graxos promovem o câncer sob certas circunstâncias, a prudência recomendaria que todas as gorduras, seja quem for que as rotule como "boas", deveriam ser mantidas em nível mínimo na dieta.


Aquecimento do óleo:

O aquecimento do óleo pode produzir subprodutos causadores de câncer. A incidência de câncer de pulmão em mulheres chinesas está entre as mais altas do mundo, mas o uso de tabaco só responde pela minoria dos casos. As mulheres chinesas estão expostas à poluição doméstica do ar por cozinharem em woks (panelas abertas de cobre, comuns na China). As substâncias químicas cancerígenas produzidas pelo aquecimento do óleo de cozinha dispersam-se no ar. Num experimento recente, vários óleos de cozinha e AGEs foram aquecidos num wok até ferver (J Natl Cancer Inst 87:836, 1995). Os óleos aquecidos foram óleo de colza chinês não refinado, óleo de colza norte-americano refinado (conhecido como canola), óleo de soja chinês e óleo de amendoim chinês, além de ácidos graxos linolênico, linoléico e erúcico. Foram detectadas substâncias cancerígenas como 1,3-butadieno, benzeno, acroleína, formaldeído e outros compostos, sendo que as emissões tendiam a ser maiores com o óleo de colza chinês não refinado e menores com o óleo de amendoim. Entre os ácidos graxos individuais testados, o ácido linolênico aquecido produziu a maior quantidade de substâncias cancerígenas (1,3-butadieno benzeno e acroleína). Os condensados de ácido linolênico aquecido, mas não de ácido linoléico nem de ácido erúcido, mostraram-se altamente cancerígenos.


 O QUE FAZER?

A forma mais segura e saudável de obter seus AGEs é em suas embalagens naturais de amidos, legumes e frutas. Ali são encontrados na dosagem correta, em ambientes protegidos, envolvidos por vitaminas, sais minerais, fibras, antioxidantes e outros fitoquímicos para torná-los nutrição equilibrada. Se você quer uma concentração mais elevada que a presente nestes alimentos, talvez prefira incluir mais nozes, castanhas, sementes e produtos de soja em sua dieta. Lembre-se que esses alimentos são ricos em gorduras e podem contribuir para a obesidade. A pesquisa indica que pode haver uma ligação entre o consumo freqüente de nozes e castanhas e a indicência reduzida de doença cardíaca coronariana (Nutr Rev 54:241, 1996).

A semente de linhaça (inteira) é uma das fontes mais ricas de ácido alfa-linolênico e também de fibra solúvel. O consumo de 50 g de sementes de linhaça cruas e moídas mostrou-se capaz de aumentar a quantidade de AGE ômega-3 no sangue e nos tecidos e de reduzir o colesterol total em 9% e o "mau" colesterol LDL em 18% (Br J Nutr 69:443, 1993). O nível de açúcar no sangue também foi reduzido. Ainda que os benefícios dos AGE, na forma de óleos, no crescimento do câncer sejam questionáveis, os lignanos presentes na semente de linhaça parecem ter efeito antitumorígeno quando ingeridos nos primeiros estágios da promoção do câncer (Nutr Cancer 26:159, 1996). Os alimentos vegetais são a única fonte de fitoestrogênios, como isoflavonas, cumestanos e lignanos, considerados benéficos em muitas enfermidades, como sintomas da menopausa, osteoporose, câncer e doença cardíaca (Annu Rev Nutr 17:353, 1997).

A semente de linhaça também é um excelente laxante. Verificou-se que o número de evacuações por semana aumenta em 30% com a adição de 50 g diárias de sementes de linhaça. As sementes podem ser adicionadas a cereais em grão, quentes ou frios, e consumidas inteiras. Alguns flocos de cereais vendidos em lojas naturais nos EUA contêm semente de linhaça. As sementes também podem ser moídas num moedor de café e adicionadas a quase qualquer prato. Cerca de 5 colheres de sopa diárias de sementes de linhaça moídas têm efeito positivo. Uma mistura de nozes moídas, sementes e vegetais conhecida nos EUA como "The Missing Link" ("O elo perdido") é vendida em muitas lojas americanas de alimentos naturais. Guarde óleos e sementes moídas no refrigerador porque oxidam-se facilmente e ficam rançosos.

Para tratar algumas doenças como artrite reumatóide ou neuropatia diabética, podem-se tentar os óleos ricos em ácido gama - linolênico. Este óleo livre não é mais considerado um alimento e sim um medicamento utilizado para tratar sintomas de doenças, com efeitos positivos e negativos.