domingo, 30 de janeiro de 2011

OS MITOS SOBRE A HOMEOPATIA

Samuel Hahnemann

Um tipo de medicina desconcertante

A homeopatia é diferente de qualquer outro tipo de medicina. Um único medicamento homeopático trata todos os sintomas do paciente, não somente a sua queixa principal. O efeito de uma dose pode durar meses ou mesmo anos. Os medicamentos não têm data de validade, podem durar por toda a vida. Dez pacientes asmáticos podem precisar de dez medicamentos diferentes. Os medicamentos são seguros para o recém-nascido e a gestante, porém suficientemente poderosos para suster uma hemorragia e até tirar pacientes do coma em questão de minutos. Qualquer substância encontrada na natureza pode ser transformada em um remédio homeopático.

Esses são alguns fatos desconcertantes, mas verdadeiros sobre a homeopatia. Esse tipo de medicina não é tão direto quanto às outras modalidades e faz nascer muitas dúvidas.



Os medicamentos homeopáticos agem devagar

Esse é um comentário errado que às vezes ouvimos. O período de reação a um medicamento homeopático depende da natureza da doença, da força vital do paciente e da precisão da receita. Muitas vezes, a resposta a uma doença aguda é muito rápida.
Nos casos crônicos, a resposta pode ser demorada. Muitos pacientes encontram alívio inicial alguns dias ou uma semana depois de tomar o remédio. Quer o problema seja de acessos de fúria da criança com problema de hostilidade, a dor excruciante de uma hérnia de disco, a agonia de depressão suicida ou as palpitações cardíacas que acompanham um acesso de pânico — o paciente vai notar uma melhoria dos sintomas no prazo de alguns dias ou semanas a partir da medicação. Por ocasião do retorno ao consultório — geralmente após seis semanas — os sintomas em geral tendem a ter melhorado 60% a 70%, às vezes mais. No caso de depressão, por exemplo, é provável que o efeito da homeopatia seja mais rápido do que o efeito de um antidepressivo.



Não há nada nos remédios homeopáticos

Os medicamentos homeopáticos são preparados por meio de diluições em série. A maioria dos homeopatas costuma usar diluições centesimais, isto é, diluições C. Essas diluições são preparadas usando uma parte da tintura mãe para 99 partes de água ou álcool. Uma potência de 30C passou por esse processo trinta vezes. Uma potência de 200C, duzentas vezes. Concordamos que não haja nada de químico ou fisiológico em uma potência superior a 30C. Porém, há uma espécie de padrão da substância original que permanece. Tem-se debatido muito sobre o que seja exatamente esse padrão. A teoria mais promissora até o momento está relacionada com a água retendo a memória. Quando testado por ressonância nuclear magnética ou por cromatografia, cada medicamento é diferente e único, assim como cada potência desse medicamento. Portanto, embora cada medicamento homeopático tenha aparência e sabor idênticos, cada qual tem seu próprio padrão e propriedades.



A homeopatia não funciona

É isso que os céticos insistem em afirmar, embora eles próprios nunca tenham experimentado a homeopatia. É certo que um remédio homeopático erroneamente receitado pode não fazer efeito algum sobre os sintomas, mas uma receita correta pode produzir resultados positivos e muitas vezes até dramáticos. Muitos médicos, inclusive homeopatas não sabem por que a medicina homeopática funciona, mas ela funciona e isso é um fato.



Não podemos tomar cafeína quando usamos remédios homeopáticos

É melhor evitar o café ou produtos que contenham café, pelo menos até que seja evidente que o remédio receitado esteja correto.  Outras bebidas e produtos que contenham substâncias similares (p.ex., chá preto) não interferem no tratamento homeopático.
Substâncias que diversas vezes interromperam os efeitos positivos de um medicamento homeopático são os produtos aromáticos feitos de árvores, como eucalipto, cânfora, chá e pinheiro. Como hoje encontramos substâncias aromáticas em praticamente tudo, isso é provavelmente o maior desafio para os medicamentos homeopáticos, seguido bem de perto por chocolate aromatizado com café.



Tentei a homeopatia e para mim não funciona

Antes de tudo, muita coisa que as pessoas confundem com homeopatia são os fitoterápicos ou outras terapias que nada têm a ver com o tratamento homeopático. É simplesmente um equívoco. Em segundo lugar, algumas pessoas dizem que a homeopatia não é eficaz para elas simplesmente porque só tentaram combinações auto-receitadas ou remédios de baixa potência. Em terceiro lugar, temos as pessoas que consultaram apenas um homeopata ou usaram um só remédio e desistiram, descartando toda a homeopatia. Embora nem todos possam beneficiar-se de toda e qualquer terapia, a possibilidade de que você, como indivíduo, possa se beneficiar da homeopatia — se continuar o tratamento com um homeopata competente durante no mínimo um ano — é bem alta. Mesmo se um homeopata não pode ajudá-lo, outro mais experiente, adotando outro tipo de prática, ou simplesmente identificando outro aspecto no seu caso, poderá encontrar um remédio pelo qual valeu à pena esperar.
  


 É preciso acreditar na homeopatia para que funcione

Mesmos as pessoas mais céticas podem se beneficiar do tratamento homeopático. Contanto que a descrença não leve alguém a sabotar ou abandonar o tratamento, a homeopatia funciona tão bem com aqueles que acreditam como com aqueles que não acreditam. Sabemos, também, que a homeopatia não é somente para aqueles que acreditam nela, porque crianças e animais — sem nenhum interesse ou convicção na eficácia da homeopatia — reagem muito bem a esses medicamentos.



A homeopatia funciona melhor em crianças do que em adultos

É verdade que, às vezes, é mais fácil tratar crianças, porque, de modo geral, usam menos medicamentos (embora, infelizmente, na nossa cultura atual isso esteja mudando). Também são menos intelectualizadas e submetidas a terapias. Freqüentemente, porém, vemos resultados muito mais abrangentes em adultos, simplesmente porque são mais capazes de descrever seu estado e seus sintomas. A espontaneidade e franqueza da criança podem muito bem ser compensada pela experiência do adulto. Nunca é tarde demais para iniciar um tratamento homeopático — até mesmo no caso de doentes terminais.



A homeopatia pode ser boa para problemas simples, mas não para problemas sérios

A homeopatia é excelente tanto para doenças crônicas como para doenças agudas. É eficaz para casos graves e também para casos corriqueiros, de natureza física, mental ou emocional. Observamos resultados surpreendentes em pacientes que sofriam durante muito tempo de depressão suicida, de dores que não cediam e de problemas físicos vitalícios. Pacientes que tomam grande quantidade de medicamentos convencionais talvez não apresentem um quadro sintomático suficientemente claro para encontrar o remédio homeopático perfeito, mas um longo histórico de sintomatologia não impede um tratamento homeopático bem sucedido. Na Índia, hospitais inteiramente homeopáticos se dedicam ao tratamento das doenças mais graves.



A homeopatia não funciona para infecções

Assim que o paciente é diagnosticado como tendo uma “infecção”, seja sinusite, infecção vaginal, mastite ou um abscesso dentário, é provável que ele vá recorrer ao mágico antibiótico. Quando usados adequadamente, os antibióticos podem salvar a vida. Quando usados em excesso, podem causar resistência a antibióticos e existem casos de pessoas que morreram de uma simples infecção na garganta pelo uso excessivo dos mesmos. Na prática a homeopatia resolve cerca de 90% dos casos de infecção, logicamente que se existe um paciente com pneumonia galopante ou uma celulite culminando em estrias vermelhas subindo pelas extremidades ou uma infecção grave ameaçando os ossos, o mais recomendado seria imediatamente o tratamento com antibióticos, mas esses casos são a exceção, não a regra.



Remédios homeopáticos feitos de certas substâncias são perigosos

Pode ser chocante pensar em tomar um remédio homeopático feito do veneno de cobras ou aranhas, ou do produto de doenças, como a tuberculose. Entretanto, se você lembrar como os remédios homeopáticos são feitos e que apenas a impressão ou memória da substância original permanece, logo se torna óbvio que não existe o mínimo risco de toxicidade.



Os pacientes são a melhor propaganda da homeopatia

Agora que você já sabe o que não é verdade sobre a homeopatia, gostaria de incentivá-lo a ler mais a respeito e procurar um homeopata competente. Tente a homeopatia... Não fará mal nenhum.



quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Fazer o bem só pode te fazer bem



"Estudos de caso revelam que pessoas que ajudam outras voluntariamente, não importa o quanto esse trabalho exija, são mais felizes."


Mesmo que você nunca tenha tido aulas de catecismo, provavelmente conhece a história do Bom Samaritano. As ações do Bom Samaritano abrangem o que hoje denominamos “altruísmo”, que significa, basicamente, ajudar os outros voluntariamente sem esperar qualquer recompensa, sendo que essa ajuda pode até acarretar grandes riscos ou custos pessoais.

A sabedoria milenar constatou que dar aos outros também é um presente para si mesmo. No Ocidente, a Bíblia, fonte da parábola do Bom Samaritano, diz, “É melhor dar do que receber”. No Oriente, ensinava Buda, “A generosidade traz abundância, purifica o coração e a mente e proporciona a maior felicidade”. Hoje, as pesquisas estão comprovando que ajudar aos outros faz bem à saúde física e psicológica.

Antes de sua morte, em 1970, o inovador psicólogo Abraham Maslow, Ph.D., concluiu que o comportamento altruísta é um reflexo magnífico do bem-estar psicológico do indivíduo. De acordo com Maslow, a pessoa “totalmente humana” é aquela que reflete o “bodhisattva” (ser iluminado) oriental. Essa pessoa é compassiva por entender que toda a vida é interligada e não deve ser vivida no isolamento, procurando satisfazer somente o próprio ego, mas a serviço da comunidade. Maslow afirmou que o altruísmo, a compaixão, o amor e a amizade significam o desabrochar das sementes com as quais todos nós nascemos.

Abraham Maslow
 O que torna a pessoa um altruísta? Chris Kiefer, Ph.D., professor de antropologia da Universidade da Califórnia, em São Francisco, descobriu, nas pessoas entrevistadas, que “altruístas naturais” cresceram em um lar carinhoso. As pessoas criadas por famílias onde não existia amor, ou onde o amor era distribuído de forma injusta, eram menos generosas — lhes faltava confiança e apresentavam um grau de altruísmo e saúde mental bastante inferior.

Kiefer estudou também pessoas que se tornaram altruístas apesar de infâncias desfavoráveis. Algumas se sentiam alienadas na juventude, porém mais tarde — devido a uma experiência que os converteu — descobriram quem eram e qual a sua missão. Outros souberam superar uma infância infeliz através de um difícil processo de autodesenvolvimento, pelo qual compreenderam que seu próprio crescimento e realização implicava a preocupação com o próximo. Segundo Kiefer, a transformação resulta na “união do intelecto com a emoção”.

Veja, por exemplo, Michael Spencer, formado em administração de empresas e infeliz, que mudou de rumo e começou a estudar música. Seu objetivo era tornar-se um pianista quando, certo dia, atendendo a um convite, deu um concerto de caridade em um hospital psiquiátrico. Naquele instante percebeu que era isso que desejava fazer pelo resto da vida. Como diretor fundador do Hospital Audiences, sediado em Nova York, Spencer reúne artistas de alto gabarito e um público imprevisível — pessoas com deficiência, anciães, prisioneiros e outras pessoas confinadas — que de outra forma não conseguiriam assisti-los.

Michael Spencer
 Ao contrário do que dizem os céticos — que altruísmo é coisa para românticos, idealistas e santos — Chris Kiefer descobriu que os altruístas são realistas, tanto a respeito de si mesmo, como em relação ao mundo. “O altruísmo é um sinal de saúde mental, porque as pessoas saudáveis não se preocupam consigo mesmas”, diz ele.

“Estamos falando de um tipo de atividade que é expressão natural e espontânea de bem-estar e integridade, e não de deficiências e necessidades neuróticas”, acrescenta Thomas J. Hurley III, diretor do Programa do Espírito Altruísta do Instituto de Ciências Noéticas. Sediada em Sausalito, na Califórnia, esta organização sem fins lucrativos foi fundada pelo antigo astronauta Edgar Mitchell, para dar suporte a programas educacionais e de pesquisa sobre o desenvolvimento do potencial humano. Desde 1987, o Instituto oferece anualmente US$25.000 como prêmio para o Altruísmo Criativo de pessoas comuns que identificaram um problema e decidiram fazer alguma coisa para saná-lo.

Edgard Mitchell
Os altruístas são fundamentalmente iniciadores. Uma vez estabelecida uma meta na qual acreditam, fazem tudo para alcançá-la. Depois, tendo feito tudo o que foi possível, eles sabem quando tirar da mente e confiar em algo que está além do seu controle. “É nesse ponto que a prática espiritual ou fé exerce um papel importante”, explica Hurley. “Eles têm algo a que recorrer em que confiar”.

Talvez o seu maior dom seja o que Hurley denominou “dom de reconhecer”. “Há sempre esse extraordinário e fundamental respeito pela dignidade dos outros — ‘você é valioso simplesmente por ser’’, afirma ele. “Acho que é isso que faz a vida mudar de rumo”.

A gente poderia imaginar que o tempo e o esforço dedicados a fazer o bem poderia prejudicar a pessoa. No entanto, ajudar os outros, mesmo por meio de tarefas estressantes, pode acrescentar vários anos à nossa vida.

Tom Hurley
“Quando nos dedicamos voluntariamente a essa situação, os efeitos do estresse são diferentes dos efeitos do estresse causado pelo trabalho, independente da própria vontade, que raramente podemos controlar”, diz Kenneth R. Pelletier, psicólogo clínico da Faculdade de Medicina da Universidade Stanford.

Na verdade, o que ocorre é o oposto do estresse ou reação de alerta — nós relaxamos, afirma Dr. Herbert Benson, professor adjunto de medicina da Faculdade de Medicina de Harvard. O metabolismo, a pressão arterial, os batimentos cardíacos e a respiração diminuem, assim como a ansiedade, a depressão e a irritação.

“É difícil a gente se sentir deprimido diante de um sorriso que ajudamos a criar”, diz Pelletier e acrescenta, “E se você pensa que a sua situação é dura e você se torna um voluntário, isto coloca a sua própria vida em perspectiva”.

Dar com desprendimento é um ato que nos enche de energia. Alan Luks, diretor executivo de Big Brothers / Big Sisters de Nova York, descobriu que ajudar os outros faz mais do que agir como antidepressivo e levantar a auto-estima. Também permite controlar a dor. Uma mulher que sofria de dores na coluna não sentia qualquer dor quando segurava no colo crianças abandonadas em um hospital. Após dois dias seu desconforto era ainda menor do que de costume.

Alan Luks
Luks também escreve sobre isto em seu livro “The Healing Power of Doing Good” [O Poder Curativo de Praticar o Bem]. De 3.300 voluntários pesquisados em 1989, aqueles que ajudavam regularmente informavam dez vezes mais que havia melhorado sua saúde do que aqueles que só trabalhavam como voluntários uma vez por ano. Entretanto, o contato pessoal é importantíssimo; doar dinheiro ou roupas não proporciona a mesma “sensação de bem-estar”.

Bodhisattva