domingo, 19 de dezembro de 2010

O PODER DA BANANA



Contendo três açucares naturais; sacarose, frutose e glucose, combinados com fibras, a banana vai te dar uma reserva instantânea de energia. Pesquisas provam que somente duas bananas dão energia para 90 minutos de trabalho pesado. Não admira a banana ser o fruto mais consumido entre os atletas. Mas energia não é o único benefício que a banana traz, ela ajuda a prevenir um substancial número de doenças.


Depressão: De acordo com recentes estudos, a maioria das pessoas que habitualmente sofrem com depressões sentiram-se substancialmente melhor depois de comerem uma banana. Isto acontece porque a banana contém um tipo de proteína que o corpo converte em serotonina, substância que ajuda a relaxar e fazer se sentir melhor.

Anemia: Fortes em ferro, as bananas estimulam a produção de hemoglobinas e ajudam em caso de anemia.

Pressão Arterial: Este fruto tropical é muito rico em potássio e pobre em sal sendo perfeito para baixar a pressão arterial. A “Food and Drug Administration”, nos Estados Unidos até permitiu aos produtores de bananas usarem isso como publicidade.

Cérebro: 200 estudantes comeram uma banana no café da manhã, no almoço, e no lanche, e provou-se que o potássio presente no fruto ajudou-os a melhorar a sua concentração.

Obstipação: Ricas em fibras, a inclusão de bananas nas dietas ajuda a normalizar o trânsito intestinal, permitindo debelar os problemas sem o uso de laxantes.

Dor de cabeça: Uma das maneiras mais rápidas de curar uma dor de cabeça é fazer uma vitamina de banana com mel. A banana acalma o estômago e com a ajuda do mel aumenta os níveis de açúcar no sangue enquanto o leite acalma e hidrata todo o seu sistema.

Cansaço matinal: Comer uma banana entre as refeições ajuda a manter os níveis de açúcar no sangue elevados, combatendo o cansaço.

Picadas de insetos: Quando for picado por um inseto, experimente esfregar a zona afetada com a parte de dentro de uma casca de banana. A irritação vai acabar.


Nervos: Bananas são ricas em vitamina B, que acalmam o sistema nervoso. Pesquisas em 5.000 pacientes chegaram à conclusão que os mais obesos são aqueles que têm trabalhos de muita pressão. O relatório concluiu que para combater isto, devemos controlar os nossos níveis de açúcar no sangue consumindo alimentos com muitos hidratos de carbono, como a banana.

Úlceras: A banana é usada nas dietas contra as desordens intestinais pela sua textura suave e por causa de ser um fruto muito macio. É o único fruto que pode ser comido sem causar distúrbios mesmo nos casos mais graves. Ela também neutraliza a acidez excessiva e reduz a irritabilidade criando uma camada protetora nas paredes do estômago.

Controle de temperatura: Muitas culturas vêm à banana como um fruto 'calmante' porque consegue baixar a temperatura, quer física quer emocional, nas mulheres grávidas. Na Tailândia, por exemplo, é hábito as mulheres grávidas comerem bananas para se assegurarem de que o seu filho nasça com a temperatura correta.

Fumo: As bananas podem ajudar quem quer deixar de fumar. As vitaminas B6 e B12, o potássio e o magnésio que contêm, ajudam o corpo a recuperar dos efeitos da falta de nicotina.

Stress: O potássio é um mineral vital que ajuda a normalizar o batimento cardíaco, que auxilia a ida do oxigênio para o cérebro e que regula a repartição de água pelo corpo. Quando estamos estressados, o nosso metabolismo altera-se reduzindo os níveis de potássio. Podemos ajustá-los com a ajuda deste fruto, rico em potássio.

Cortes: De acordo com o 'New England Journal of Medicine', comer bananas regularmente pode reduzir o risco de morte por cortes até mais de 40%! Assim, a banana é um remédio natural para muitos males. Acrescentado só uma coisinha, a banana ajuda a ajustar o organismo no chamado 'jet leg'. Para quem viaja de um continente para outro com muitas horas de diferença do fuso horário, comer bananas, devido às propriedades do potássio, faz com que o organismo consiga ajustar-se mais depressa ao novo horário.



* Comparando-a com a maçã, tem o quádruplo das proteínas, o dobro dos hidratos de carbono, três vezes mais fósforo, cinco vezes mais vitamina A e ferro e o dobro das outras vitaminas e minerais. É um fruto rico em potássio e uma das mais saudáveis comidas existentes.


sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

P.E.S. dos animais



Estamos sempre aprendendo mais sobre o mundo sensorial dos animais, e os mistérios do comportamento animal são agora menos obscuros do que há alguns anos. Em meio a tantas pesquisas realiza das no mundo, surgiram fortes indícios de que os animais são dotados de capacidades incomuns, que poderiam ser interpretadas como capacidades psi (termo genérico usado para todos os tipos de fenômenos psíquicos).

Nikko Tinberger, pesquisador do comportamento animal, acha que os animais possuem, por exemplo, o dom da percepção extra-sensorial. Segundo ele, se aplicarmos o termo percepção extra-sensorial (PES) à percepção por meio de processos que desconhecemos, então podemos afirmar que ela ocorre em larga escala entre as criaturas vivas. Na verdade, a localização pelo eco feita pelos morcegos e a maneira pela qual o peixe-elétrico encontra sua presa, entre outros fenômenos do comportamento animal, podem ser classificados como PES.

Que outra espécie de comportamento animal poderíamos chamar de extra-sensorial? Talvez o exemplo mais impressionante seja a capacidade de seguir um rastro. Não estamos falando da volta para casa de animais como o pombo-correio, que, retirados de seu domicílio em caixas fechadas e libertados a muitos quilômetros de distância, encontrando seu caminho de volta. Este tipo de retorno parece envolver dados tirados da posição do sol e das estrelas, campos geomagnéticos e outros, que possibilitam ao animal comparar o lugar onde se encontra e comparar com aquele em que gostaria de estar. Estamos falando do retorno psi, no qual o animal encontra o caminho para um novo local onde nunca esteve e, portanto, não podia conhecer.

O exemplo mais significativo de retorno psi que possuímos é o de Bobbie, uma cachorrinha collie, que se perdeu no caminho entre Ohio e Oregon, que ela não conhecia e para onde seus donos estavam se mudando. Ela fugiu durante a viagem, numa parada em Indiana. Depois de procurarem por ela durante horas, seus donos desistiram e seguiram caminho. Três meses depois, uma collie mal tratada, magra e suja apareceu à porta da nova casa. Era Bobbie - sua identificação foi feita pela coleira, pelos dentes (ela tinha três falhas) e por uma cicatriz no olho. Ao tomar conhecimento da volta de Bobbie, o jornalista Charles Alexander resolveu reconstituir a viagem da cadelinha de Indiana até Oregon. Descobriu, através de anúncios que colocou no jornal, várias pessoas que cuidaram de Bobbie e foi então montando o trajeto que ela fez até Oregon.


Os pesquisadores J. B. Rhine e Sara Feather selecionaram 54 das centenas de casos de seguir rastros registrados em arquivos de laboratórios de parapsicologia, levando em conta os seguintes critérios: Fonte segura de informações; características do animal bem definidas, tais como uma cicatriz, um sinal particular, a descrição dos dentes etc. Além de coleira ou placa de identificação; coerência e sentido do caso; dados de apoio, como confirmação de testemunho, permissão para inspecionar o animal e outros. Cinqüenta casos eram de gatos e cachorros; quatro, de pássaros. Vinte e cinco envolviam distâncias superiores a 45 quilômetros. Embora não possam ser considerados conclusivos, esses casos forneceram elementos importantes para o estudo da presença de percepção extra-sensorial em certos animais.

Em todos os estudos sobre a capacidade de percepção extra sensorial dos animais, considera-se a possibilidade de que os seres humanos influenciem o comportamento dos bichos, ao desejarem que eles sigam uma determinada direção, entrem em determinado compartimento e assim por diante. Essa influencia de fato ocorre em muitos casos, mas não se pode generalizar sua ocorrência, pois já se reuniu um número considerável de provas de que a PES existe em outras espécies além da nossa.

Na Fundação de Pesquisas Psíquicas de Duhram, Carolina do Norte, desenvolvem-se experiências com animais que parecem possuir grande inteligência: podem somar subtrair, soletrar frases e até realizar proezas de PES. Esses animais inteligentes, em geral cachorros ou cavalos, foram treinados para responder a perguntas verbais batendo com a pata o número correto de vezes e para selecionar com o nariz ou a boca blocos de letras que formam palavras ou frases.


Nesses testes, o animal que mais se destacou foi Hans, o Inteligente, um cavalo alemão - que confundiu cientistas pela altíssima percentagem de acertos que obtinha. Mais tarde descobriu-se que Hans capta a certas reações das pessoas presentes aos testes, que lhe sugeriam as respostas certas, Quando Hans começava a bater a pata, naturalmente as pessoas presentes inclinavam a cabeça para frente, a fim de ver melhor. Quando ele completava o número certo de batidas, involuntariamente as pessoas relaxavam e recuavam ligeiramente, dando a "dica" a Hans. Isso só foi notado no dia em que as pessoas sentadas à frente de Hans não conheciam a resposta certa à pergunta que lhe havia sido feita. Nesse dia, ele ficou batendo com a pata até cansar.

No caso de Hans há evidência de um nível de percepção muito sutil, embora não de PES, como nos casos dos cavalos Elberfeld e Lady e do cachorro Chris, o Cão Maravilha. Chris, que foi treinado a responder perguntas verbais batendo com pata no antebraço de seu dono, George Wood, impressionou muitos pesquisadores. Wood ensinou Chris a adivinhar qual dos cinco simbolos-padrão PES estava fechado em envelopes batia uma vez para círculo, duas para cruz etc.


Chris aprendeu a adivinhar num maço de 25 cartas, com alto grau de precisão mesmo quando nenhum dos presentes, inclusive Wood, sabia a ordem das cartas nos envelopes. Em conversa com Remi Càdoret, do Laboratório de Parapsicologia de Duke, Wood falou sobre Chris, e o pesquisador mostrou interesse em assistir a uma demonstração com o Cão Maravilha: Nessa oportunidade, porém, Chris fez algo muito interessante: acertou abaixo da média provável, um fenômeno muitas vezes observado nos testes PES com humanos e geralmente originário dc fatores psicológicos negativos. O dono estava longe e o cão pressentiu o perigo. Essa reviravolta nos resultados levantou imediatamente a hipótese de que Wood influenciasse Chris em suas respostas. Supôs-se que Wood, por meio da percepção extra-sensorial, soubesse que carta estava dentro de cada envelope e inconscientemente sugerisse a resposta a Chris, através de algum sistema de sinalização estabelecido durante a aprendizagem, como, por exemplo, o aumento da contração muscular do antebraço. Muitos, no entanto, sustentaram que Chris estava realmente usando PES de um tipo muito semelhante ao usado pelos humanos, impossível escolher uma ou outra hipótese. Qualquer das duas é aceitável dentro da estrutura de conhecimentos que temos hoje. No caso de Chris, poderiam ocorrer as duas.

O mesmo problema surgiu no estudo feito por J. B. Rhine sobre a capacidade de cães treinados localizarem minas submersas. O cão, guiado pelo treinador, adivinharia a localização da mina sentando-se na água em uma das áreas potenciais de alvor Os resultados foram muito bons, mas de novo havia a possibilidade de que o treinador houvesse localizado o alvo por meio de PES e involuntariamente sugerido ao cão onde parar.

De qualquer modo, fica provado, pelo menos, que a maioria dos animais ditos "inteligentes" responde a sugestões muito sutis, tão sutis que e válido considerar certo grau de percepção extra-sensorial.  Rhine categorizou três tipos de reações dos animais onde pode entrar PES reação ao perigo iminente, para ele próprio ou para o dono; reação à morte ou sofrimento do dono que está distante; reação de antecipação de um acontecimento positivo, como a volta do dono após uma prolongada ausência.


Um exemplo de telepatia envolveu um cão que ficou hospedado na casa do veterinário enquanto seus donos saiam de férias. Uma manhã, o cão começou a uivar às 10 horas e assim continuou durante uma hora. O veterinário o examinou, não conseguindo encontrar nada que pudesse justificar o lamento do animal. Quando os donos voltaram de viagem e tomaram conhecimento do ocorrido, ficaram surpresos exatamente naquela manhã, entre 10 e 11 horas, eles haviam ficado isolados por uma enchente.

Existe um grande número de casos que sugerem a capacidade psi em animais. Vários projetos de pesquisas são desenvolvidos no mundo inteiro, na tentativa de examinar o comportamento animal mais detalhadamente, a fim de fornecer provas seguras de tal capacidade e procurar uma compreensão para ela. O trabalho mais completo de que se dispõe atualmente é o realizado na França por Pierre Duval e Evelyn Mondredon, e na América por Walter Levy, usando ratos e hamsters. Nesse trabalho foi utilizado o seguinte procedimento básico: o animal é colocado numa pequena gaiola dividida ao meio por uma repartição baixa, por cima da qual pode pular facilmente. Em intervalos freqüentes (por exemplo, uma vez por minuto), um choque fraco é administrado durante cinco segundos. Um gerador seleciona ao acaso, eletronicamente, de que lado do chão o choque será transmitido. O objetivo é verificar se o animal antecipa de que lado vem o choque, pulando para o lado oposto.

Os resultados dessa experiência foram bastante positivos e foi possível tirar as seguintes conclusões:

1. O comportamento rígido ou estereotipado não contém psi.
2. Um nível baixo de esforço produz resultados melhores que nenhum esforço ou um esforço muito grande.
3. O rendimento cair quando o animal é usado com muita freqüência.
4. O animal parece não aproveitar a experiência não há manifestação de aprendizado.
5. A ausência do pesquisador não prejudica o rendimento da experiência. Ao contrário, os resultados parecem melhorar ligeiramente.


Também foram feitos estudos para saber se os animais possuem capacidade psicocinética. Walter Levy e Helmut Schmidt realizaram experiências usando geradores que controlavam sem regularidade o aquecimento do lugar onde se encontrava o animal. Esses mesmos geradores comandavam, também ao acaso, a administração de cheques elétricos. Os testes visavam verificar ate que ponto o animal usaria a psicocinesia para influenciar o gerador a manter a temperatura ambiente num nível agradável e a produzir um mínimo de choques elétricos. Levy e Schmidt verificaram que as lâmpadas que aqueciam ambientes frios, onde se encontravam gatos e pintos, principalmente, acendiam mais vezes do que se poderia esperar do acaso. Isso deixou de acontecer depois que o ambiente ficou suficientemente aquecido. Verificaram também que baratas colocadas sobre uma grade eletrificada levavam mais choques do que o provável. Essa descoberta suscitou a velha questão: estariam os pesquisadores que não gostavam de baratas, usando inconscientemente seu próprio psi para produzir os choques?

Mesmo antes de se resolver essa questão, a descoberta de que existe, ainda que dependente dos humanos, certo grau de PES nos animais já tem uma implicação extremamente importante. Ela nos mostra que o conteúdo psi nas criaturas vivas não é uma evolução recente. Qualquer que seja o alcance do estado consciente interno exigido para a produção de psi, um ou mais desses estados está, aparentemente, dentro do alcance da experiência de nossos amigos ratos, cuja estrutura mental é bem elementar.


Eu, por minha vez, não possuo dúvidas a respeito da PES dos animais, tive e tenho muitas experiências gratificantes quanto a esse assunto, não importando o que digam os cientistas ou os laboratórios de pesquisa. Minhas últimas incursões no "mundo" dos cães e gatos ao fazer doação de REIKI, a total interação e a gratificação deles ao se saberem tratados, (pois de alguma forma, ainda não explicada, eles sentem e retornam o carinho recebido), é impressionante e me provam isso. Um dia, talvez, a comunicação entre seres humanos e animais esteja avançada a ponto de “conversarmos” mais sobre isso.


domingo, 12 de dezembro de 2010

Plantas: Alquimistas da Natureza




Pierre Baranger, professor da Escola Politécnica de Paris, e o engenheiro Louis Kervran fizeram - cada um por seu lado - uma sensacional descoberta nos anos 60: plantas inofensivas, como as que existem em toda parte, podem transformar elementos químicos em outras matérias-primas, de maneira natural - podem realizar "transmutações". As plantas têm sucesso naquilo que a princípio parece ter sido o ideal dos alquimistas e sobre o que os físicos atômicos do mundo inteiro pesquisam há dezenas de anos: a fusão atômica controlada, ou seja, uma forma limpa de transformar elementos obtendo energia.

Em 1963, Baranger provou que a semente de um legume qualquer, ao brotar em uma solução de manganês, transforma o manganês em ferro, um fenômeno que pode ser influenciado pelas condições de luminosidade, fases da Lua e outros fatores. Com experiências correspondentes L. Kervran pretende que neste processo de fusão atômica, o oxigênio e o hidrogênio sempre têm participação. Estes dois elementos encontram-se lado a lado nos chamados sistemas de períodos. Trata-se, portanto, de reações atômicas, através das quais, de uma maneira normal, sob cessão simultânea de energia, átomos leves são transformados em pesados, formando elementos novos. O mais importante de se notar nesses tipos de fenômenos é o fato de não se tratar de uma simples reação química, mas de verdadeiras "transmutações" físicas.

Entretanto, está provado que durante estas "transmutações" o núcleo do átomo permanece inatingido, conservando intactas as partículas elétricas neutras (prótons e nêutrons). Esta é uma inteligente medida de precaução da natureza, que impede assim que se sucedam, por todas as partes, incontroláveis reações atômicas, que poderiam pôr em risco a existência do planeta e mesmo do universo inteiro.

L. Kervran é de opinião de que a matéria deve possuir uma qualidade até agora não descoberta, uma alta e real qualidade, a qual ainda não pode ser explicada, seja através de reações químicas ou mesmo da física atômica. O dr. R. Hauschka, em seu livro A Natureza da Substância, impressionado com as idéias de Kervran, diz: "Dificilmente a vida pode ser explicada pela química, pois ela não depende da combinação dos elementos, mas sim de como procedem estes elementos". Indo um pouco além, ele coloca a pergunta fundamental: "Não é, pois, por demais lógico aceitar que a vida já existia muito antes do aparecimento da matéria como produto de um cosmo espiritual preexistente?"


Das conclusões anteriores devemos tirar duas perguntas importantes para nós:

1.  A psique humana pode receber a influência da reação das plantas?

2. Podemos fazer com que o contato natural das plantas seja tributário de estruturas altamente dimensionais?

O americano Cleve Backster, especialista em detectores de mentiras (o chamado polígrafo), certa manhã de 1966 resolveu ligar a sua dracena ao galvanômetro de um polígrafo para, por meio da alteração da condutividade elétrica, medir a velocidade com que a água subia da raiz às folhas. Como resultado ele obteve um sinal-padrão que corresponde ao de um homem quando exposto a um estímulo sensorial por um curto período de tempo. Esse era um princípio.

Admirado, ele decidiu provocar uma reação mais forte na planta, queimando uma das suas folhas. Nesse exato momento o indicador do aparelho de medição oscilou violentamente. Ele não havia saído do lugar, nem tinha tocado na planta. Mais tarde Backster descobriu que sua planta também reagia à distância. Certa vez ele cronometrou o tempo exato de um passeio. Descobriu depois que o registrador do polígrafo tinha acusado uma oscilação "alegre" no momento da sua chegada.

Pessoas incumbidas pelo pesquisador de queimar as folhas das plantas ou destruí-las de outras formas, em um confronto com outras pessoas em uma sala onde havia plantas, foram "identificadas" por estas, sem hesitação alguma. Cada vez que aqueles "agentes" se aproximavam das "testemunhas" que não tinham sido molestadas, elas revelavam medo, oscilando selvagemente o mostrador do galvanômetro. Pessoas que não haviam participado desse controle não eram sequer "reparadas" pelas plantas. A afirmação de Backster de que as plantas se comunicam com outras formas de vida inspirou pesquisadores de todas as partes do mundo a executarem experiências semelhantes.


O Dr. Aristides H. Esser, psiquiatra do Hospital Rockland State de Nova York, trouxe para seu laboratório um pesquisador que tinha plantado e cuidado pessoalmente de um filodendro. Uniram a planta a um polígrafo e fizeram ao proprietário uma série de perguntas, que tiveram respostas propositalmente falsas. O polígrafo reagiu como fizera na experiência de Backster, isto é, como se o próprio interrogado estivesse ligado a ele. A respeito manifestou-se o Dr. Esser: "Quando ouvi falar pela primeira vez das experiências de Backster, ri-me delas, mas o riso morreu definitivamente". Nesse meio tempo constatou-se que as plantas podem não apenas reconhecer homens e animais, mas também reagir a ferimentos e destruições ocasionadas em outros seres vivos. Esta constatação levou Backster a outras experiências.

Com a ajuda de um regador, Backster despejou água fervendo sobre vários caranguejos. A reação das plantas expostas na sala vizinha fez com que o mostrador do aparelho oscilasse ao máximo no momento do extermínio. Sabe-se que os nervos constituem a base mecânica para os chamados meios de informação eletroquímica em homens e animais. O sistema nervoso periférico transmite em seus nervos sensoriais informações para o sistema nervoso central, com as ordens dos nervos motores para os órgãos executores, cosmo, por exemplo, os membros. As células nervosas (neurônios) são igualmente de comunicação e retenção.

Entretanto, estes elementos sensoriais não existem nas esponjas e, não obstante, deve haver uma explicação lógica para a sua organização e comportamento. Lyall Watson (em seu livro Conhecimentos Secretos, Frankfurt, 1973) descreve seu funcionamento como se ele se assemelhasse a um fenômeno extra-sensorial. E opina: "Mesmo quando se corta um pedaço delas e se passa por uma peneira, suas células se juntam de novo, como um organismo, e ressuscitam".


Mas onde está determinado o plano para a aparentemente refinada reorganização do volume de células? O que, na verdade, desencadeia este processo, e que forças agem aqui? De onde são retiradas as informações? Energias primordiais (W. Reide), que atuam e regem formas vivas e as conservam, devem estar agindo. Lyall Watson nos faz refletir mais além: "As plantas também não têm sistema nervoso , e não foi constatada uma transmissão de estímulos de célula para célula: no entanto, são capazes de ações conjuntas. Toca-se a ponta de uma das folhas reunidas da mimosa pudica. e ela se dobra: se o estímulo é bastante forte, a reação atinge as folhas vizinhas, até que toda a planta pareça se contorcer".

Baseando-se em novos conhecimentos, Backster quer estender esta influência até os componentes menores, como moléculas e átomos. Aqui nos aproximamos de maneira evidente do campo da foi bioplasmática que parece possibilitar um contato telepático emocional entre homens, animais e plantas.

Todos esperavam que as pesquisas com plantas colocadas em "jaulas" Faraday ou em câmaras chumbo blindadas fracassasse Elas, porém, tiveram êxito. E provável que as plantas tenham um pouco de receptividade a impulsos físicos exteriores, mediante a supresão dos fatores de funcionamento da inteligência, ainda mais desenvolvidas que o dos homens. Pela inclusão um sistema de acoplamento único baseado na técnica da comunicação, nós poderíamos desenvolver a possibilidade de registrar contato com inteligências extraterrestres ou mesmo com outros níveis de vida. Assim, seria insensato relegar os transportes para a esfera da utopia.

Há alguns anos o Dr. Lawrence do instituto-escola em São Bernardino (Califórnia. EUA), empreendeu a experiência de utilizar plantas para a recepção de sinais cósmicos ininteligíveis. O primeiro sucesso ocorreu a 29 de outubro de 1973, quando subitamente todos os aparelhos de medição, distribuídos ao longo de um trajeto de 12 quilômetros, reagiram simultaneamente, com uma oscilação até então não registrada. O que estava acontecendo? Não se tinha registrado nem mesmo pelo radiotelescópio a recepção de sinais extraterrestres de seres vivos: tratava-se de um sinal vindo de fora ou de "uma troca de informações entre as próprias plantas"?


Com base nas experiências de Backster, sabemos que as plantas recebem e transmitem sinais de dor de outros seres.

Elas deveriam conseguir estes sinais pela inclusão de estruturas superdimensionais, pois outros meios de transmissão estão excluídos. Suas reações manifestam-se, para nós, de maneira secundária, através de oscilações mais ou menos fortes dos mostradores do galvanômetro. É evidente que as plantas apresentam reações quando estão sob ameaça, sob medo irradiado telepaticamente e também quando sentem dor.

Estes sinais de choque, se pudessem ser produzidos em ritmos determinados, confiáveis e contínuos, irradiados por um sistema de antenas ainda a ser concebido, possibilitariam eventualmente os contatos com extraterrestres ou com inteligências extradimensionais.. . E isto (sob o nosso ponto de vista) quase em tempo zero, pois se usaria para a transmissão uma estrutura neutralizadora de tempo. Alguns pesquisadores verificaram que este método tem a desvantagem de acostumar as plantas aos repetidos sinais de dor, aos quais, por fim, dificilmente ainda reagiriam. Segundo declarações unânimes, permaneceriam em contínuo estado de "inconsciência". Talvez fosse possível criar substâncias orgânicas (como, por exemplo, o plâncton) em grandes biotanques, de modo que elas não se acostumassem tão depressa às situações de choque e por um grande espaço dê tempo se deixassem estimular segundo a necessidade.

Para encontrar um estimulador apropriado (gerador de impulsos) também não seria muito simples. Os impulsos de estímulo rítmico-psíquicos seriam certamente os ideais, mas seria muito difícil criá-los na prática. Outros métodos "suaves" de influência seriam passíveis de ser idealizados. Eventualmente se aceita a possibilidade de induzir as plantas aos raios de sinais visuais já existentes, os quais são transmitidos mentalmente. O médium deveria sintonizar-se, para este fim, com a freqüência emocional das plantas ou de um outro gerador. O "brutal", mas talvez mais eficiente, poderia ser por meio de estímulos sistemáticos, rítmicos, de impulsos elétricos.


A nossa flora nos mostra como se utilizar dos supersofisticados sustentadores da vida, ou sistemas incentivadores: temos desta forma, as plantas insetívoras e carnívoras, que agarram e digerem insetos. A "refeição canibal" lhes é útil para a obtenção de fósforo, potássio, hidrogênio e sais minerais, que, durante a dissolução dos insetos, chegam ao corpo das plantas. Muitas, entretanto, mesmo sem digeri-los, teriam suas sementes amadurecidas para a florescência, mas preferem o método mais cômodo, isto é, a morte dos insetos. Biólogos diferenciam basicamente quatro espécies destes "instrumentos da morte": armadilha de viscosa, armadilha de alçapão, armadilha de fossos e armadilha de sucção.

As nativas dos brejos pertencem à classe das armadilhas viscosas. As superfícies das suas folhas são cobertas de pêlos finos chamados tentáculos. Todos eles são atravessados por um feixe condutor. Estes feixes terminam em cabecinhas glandulares que segregam um líquido viscoso rescendendo a mel, cuja finalidade é atrair os insetos. Após a luta fatal, os tentáculos da planta segregam um fermento que dilui as entranhas do inseto e transforma a albumina animal em nitro-gênio e fósforo assimiláveis.

Na Carolina, EUA, cresce um tipo que espreita os insetos com o auxílio de refinado sistema externo de armadilha de alçapão. Equipada com três pêlos ondulantes sensíveis, bem no meio de cada folha, a um simples toque em um desses pêlos, fecham-se ambas as metades das folhas imediatamente, entrelaçando-se os dentes de suas bordas. Esta superestrutura vegetal resulta tão-somente de um capricho da natureza, ou atrás dela se esconde um princípio mais elevado (ainda que só de atuação emocional)?

Uma outra espécie - a "mangueira d'água" - trabalha segundo o princípio da sucção. Entre suas folhas, rasgadas em fios finíssimos que vegetam abaixo do nível da água, encontram-se bolhas minúsculas, dotadas de uma espécie de alçapão obstruindo a abertura, que é rodeada de pêlos rígidos que segregam muco. Nestas bolhas domina um vácuo, isto é, baixa pressão, e isto representa uma refinada armadilha de sucção. Os insetos sugados se decompõem pela influência do fermento.

Já nas selvas africanas e asiáticas encontramos insetívoras com folhas em forma de jarras: nas extremidades dos seus talos existem recipientes que se assemelham a cachimbos coloridos e brilhantes. Os insetos pousam nas bordas e, tentando chegar até a substância parecida com açúcar que existe no fundo, escorregam e caem na cilada.

Uma outra espécie, a jarra-mangueira da Califórnia, EUA, não contém fermento algum, mas abriga bactérias que dissolvem os insetos aprisionados. Nestas armadilhas de alçapão vivem inúmeras larvas voadoras que, em perfeito acordo com o hospedeiro, se alimentam de restos de insetos, mantendo a armadilha limpa. Desta maneira, a planta armazena provisões para posteriores e nutritivas refeições.

Quem teria encaminhado desta forma este processo? O automatismo deve ter tido uma origem... Do nada só pode ver o nada.


Na busca da origem do comportamento emocional dos vegetais, segundo o seu desencadeador e o esquema de organização em suas decorrências ocasionalmente para-normais, depara-se subitamente com o conceito de bioenergia. Com isto se entende o que até agora só era provado de maneira indireta (fotografia kirlian, por exemplo) no campo da força biológica: cientistas soviéticos postularam hipotéticos "bioplasmas", evidentemente idênticos àquilo que os velhos hindus chamavam de Prana, Paracelsus chamou de Magnale, Von Reichenbach de Od , Bergson de Impulso Vital, e Wilhelm Reich de Orgon. Este plasma biológico deve ser construído com a sua composição primordial segundo dimensões mais altas. Um bom exemplo da interação entre a psique humana e o campo bioplasmático das plantas foi dado pelo pesquisador M. Vogel (a experiência está narrada em A Vida Secreta das Plantas), que conseguiu manter duas folhas de olmo frescas e saudáveis, muito tempo depois de terem sido colhidas, apenas conversando com elas todas as manhãs.

Outra experiência importante nesse sentido é a do Dr. Georges Lachovvskij, engenheiro russo que vive em Paris desde a década de 20. Ele curou gerânios e outras plantas inoculadas com bactérias cancerígenas, submetendo-as, durante semanas, a irradiações de um "oscilador radiocelular" construído por ele mesmo. Tumores do tamanho do caroço de uma cereja, depois de duas semanas, começavam a encolher-se, atrofiar-se, terminando por cair. De onde viria a energia necessária para o desenvolvimento e estabilização de oscilação normal das células? Esta era a pergunta crucial. Lachowskij não crê que seja provável a produção da energia na própria célula, da mesma maneira que uma bateria ou uma máquina a vapor podem produzir sua própria energia. Concluiu, então, que a energia deve ser externa, desviada das irradiações cósmicas.

Por outro lado, em vez de irradiações cósmicas poderia ter sido apenas a influência da onipresente bioenergia. Uma energia de ondas eletromagnéticas de um plano superior.

Nesse sentido as plantas poderiam auxiliar a humanidade a abrir um caminho para um reservatório inesgotável de energias, cuja origem está na configuração de tempo e espaço. Na busca de fornecedores de energias realmente puras, recaem os primordiais desencadeadores de todos os acontecimentos energéticos e paranormais de maior significação. Para pesquisar essa fonte de energia e utilizá-la inteligentemente, seria preciso um trabalho pioneiro e corajoso. E talvez esteja aí a solução para a grande crise de energia que pesará sobre a humanidade nas próximas décadas.


 Baseado nos estudos de  Ernst Meckelburg 

domingo, 28 de novembro de 2010

Um Venerável Doutor



Amchi-la Tsultim estudou durante oito anos na escola de Kuan Tung Hooray, na Mongólia interna. Depois, outros cinco no mosteiro de Labrang Tashi Knyl, completando a sua preparação no campo das religiões e das artes. A partir daí começou a se dedicar à medicina, aprofundando o ensinamento de Buda e de todos os "paramitas", os textos clássicos orientais da arte médica, no famoso mosteiro tibetano de Drepung, e lá permaneceu por 25 anos.

Faltava-lhe ainda aprofundar-se na ciência dos Tantra (1) . E o fez, por mais nove anos, em Gyue me Dratsang, o melhor dentre os colégios tântricos do Tibete. Então visitou todos os grandes gurus, foi discípulo do lama Ling Rinpoche. Sob sua orientação e conselho dedicou anos a uma peregrinação "às 108 fontes d'água natural e aos 108 cemitérios", como manda o ritual. Por último, retirou-se para uma caverna, e por alguns anos ali viveu. Nu e solitário, jejuando muito, e suportando os calores estivais e as temperaturas abaixo de zero.

Hoje é o mais conhecido dos médicos tibetanos, da Mongólia até a Índia, vive exilado perto dos confins do Tibete, no enclave indiano (onde também se refugiou o Dalai Lama). Vem gente de todas as partes para pedir-lhe diagnósticos (médicos e espirituais), conselhos para o corpo e para a alma. Naturalmente, ele não pode mais ser tão jovem. Tem 104 anos. Chama-se Amchi-la Tsultim. Amchi-la quer dizer "um muito respeitável doutor", e Tsultim, que é sinônimo de geshe, pode, muito restritamente, ser traduzido como professor de filosofia. Tem uma aparência santa e qualquer um pensa, ou percebe que se prepara para "reencarnar", como o guru Rinpoche, seu mestre.

Quando estivemos na Índia, para uma pesquisa, sobre a medicina oriental, pedimos que nos desse uma entrevista. O venerável Tsultim respondeu com um sorriso afirmativo, solicitando, no entanto, que esperássemos. Mas o tempo, para nós, tem limites mais restritos, e era preciso partir, mesmo sem termos a entrevista. Mas confiamos cinco perguntas sobre a medicina tibetana (o diagnóstico, as farmácias, as terapias, a filosofia, a deontologia (2) a uma sua ex-paciente e depois devota aluna, a baronesa belga Olivia de Haulleville. Agora o santo homem nos respondeu, após ter meditado sobre as perguntas (três anos: nada, se comparado com o infinito).

O diagnóstico

Para descobrirmos a doença, disse ele, "dispomos de quatro vias: o pulso, a urina, os cinco sentidos e as perguntas". A última via, as perguntas, é a mesma que a medicina ocidental chama de anamnese: antecedentes do doente e dos familiares. Os sentidos permitem saber onde e o que dói, e como. A urina: o doutor examina, nela, a cor, o odor, os sedimentos; não usa reagentes químicos. (Examina naturalmente também as fezes, primeiro a "seco", depois movendo-as dentro de um recipiente com água para testar-lhes a consistência e outros fatores; se, depois, o paciente se presta a produzi-las naquele instante, avaliam-se o odor e o processo.) O exame do pulso também é usado na nossa medicina, mas na tibetana ocupa um lugar preponderante. "Fornece sozinho", diz Tsultim, "80% das informações que permitem chegar ao diagnóstico."

E explica: "Usamos a nossa mão direita para ler as batidas da mão esquerda do paciente, e vice-versa. Cada dedo dá a indicação do estado de um órgão específico: o indicador dá a pulsação do coração (nos homens; ao invés, dá as indicações relativas aos pulmões nas mulheres) e indicações sobre a condição do intestino delgado. O dedo médio informa sobre o estômago e o baço. O anular, sobre o rim esquerdo e sobre as vesículas seminais (os ovários para as mulheres). Tudo isso para a mão esquerda. Na mão direita o indicador demonstra o estado dos pulmões (nos homens; e o coração, nas mulheres) e o intestino grosso. O médio, fígado e vesícula biliar. O anular, rim direito e o condutor urinário".

O exame se completa exercendo-se diferentes graus de pressão: "o indicador do médico deve apenas tocar de leve a superfície, o médio, ao contrário, deve apertar ao máximo, comprimindo a carne, o anular deve apertar até sentir o osso". A um exame aprofundado (feito através das batidas internas percebidas pelo exame minucioso dos dedos) dos vários órgãos do doente segue-se o "reconhecimento do mal, o diagnóstico, e com ele a terapia apropriada para o tratamento".

 Os medicamentos

Enquanto os elementos farmacêuticos da medicina indiana se baseiam essencialmente em ervas, a medicina tibetana se apóia em igual medida nas ervas e nas pedras (naturalmente esmigalhadas e reduzidas a pó, depois misturado às ervas nos preparados farmacêuticos). "Usamos para os medicamentos ervas, raízes, frutos, flores, folhas, cascas e madeira de determinadas árvores; vinhos, água e terra, e pedras preciosas; produtos animais como o corno do rinoceronte, as glândulas do cervo, a bílis de outros animais." Moídos, todos estes produtos são misturados em uma pasta que se deixa secar e se divide, então, em pequenos grãos, de maneira a formar grandes pílulas, do tamanho dos nossos caramelos. O sabor é, em geral, desagradável, muitas vezes bastante amargo. Um componente básico de quase toda farmácia é uma planta indiana — myrobalans — chamada "remédio universal".


Merecem uma menção à parte duas pílulas especiais: o rilu e o Chu-len. O rilu, explica Tsultim, "é produto farmacêutico idealizado pelo meu mestre Rinpoche , capaz de devolver a saúde a uma pessoa que esteja morrendo envenenada". Protege, assim, a vida de toda e qualquer criatura, homem ou animal, "mesmo que seja só por contato": e aqui se explica a grande procura dos tibetanos pela pílula e o fato de eles incrustarem-nas e levarem-nas ao pescoço (ou no pescoço dos animais, que ali não são menos preciosos que os homens).

Quanto ao Chu-len, trata-se de "uma pílula que serve de alimento e que é feita especialmente para os sábios que querem retirar-se do mundo, permanecendo em meditações em algum lugar deserto, sem comida nem água. O Chu-len preparado com uma infinidade de ingredientes aos quais se acrescenta as "bençãos do guru" dá a quem o toma todas as vitaminas e as substâncias necessárias à sobrevivência física, torna a pessoa insensível à fadiga, dá a sensação de uma não-gravidade".

Ainda há mais: "Rejuvenesce, protege contra todas as doenças, aumenta a extensão da vida". É inútil perguntar se o venerável Tsultim tem condições de preparar o rilu e o Chu-len. É claro que tem, junto com outros pouquíssimos gurus. Revelará aos seus discípulos o segredo destas pílulas? Não responde. Somente acrescenta que "arrisca a vida quem ingere o Chu-len sem a autorização do guru".

 As terapias

Para a utilização e tratamento auxiliar dos produtos farmacêuticos, as terapias são as mais diversas e variam segundo a natureza dos males. A medicina tibetana usa a acupuntura e a moxa (combustão) chinesa, assim como recorre muitas vezes à sufumigação (3) e à sangria. Considera a dieta fundamental, pressupondo (isso acontece, principalmente, mesmo nos nossos tempos, no Ocidente) que "a maior parte das doenças do homem é conseqüência dos maus hábitos na nutrição".

"Nunca se poderia, por exemplo, consumir juntos" — diz Tsultim — "peixe e leite frio, ou carne e álcool: ingeridos ocasionalmente, estas combinações de comida e bebida não causam danos, mas se isso acontece continuamente, causa uma debilitação das capacidades digestivas o que vem a provocar formas de envenenamentos gástricos que se apresentam sob a forma de dores de cabeça e enfraquecimento da memória. Podem, também, dar lugar a distúrbios do pâncreas e das vias urinárias, além de doenças mais graves como tumores no intestino delgado e no duodeno."

E agora se entra no campo da medicina preventiva (que a arte médica tibetana, como a indiana, prefere) com o emprego de produtos vegetais e não-químicos: "Misturemos cinco ervas medicinais com o líquido do conduto seminal de animais comprovadamente estéreis: a mulher deve tomar o remédio no quarto dia de sua menstruação continuar tomando-o por sete dias: não ficará grávida por um ano".

Tsultim conhece, também, naturalmente abortivos vegetais eficazes. Mas usa-os somente "em casos muito particulares: a religião budista considera pecado qualquer forma de supressão da vida". Na cirurgia, medicina tibetana pratica "intervenções de cateterismo (4) do coração (atingimos músculo inserindo em uma veia um tubinho fino, para remover o excesso de água do coração) ou a cauterização de certos nervos, que praticamos para suprimir dores físicas rebeldes a qualquer outra espécie de cura".


 As leis médicas

O primeiro texto médico foi escrito por Buda, e relaciona "as quatro forças que compõem o organismo humano: tsa-gu, a terra; sha-gu, o fogo; mangna-chigu, a água; chima-gu, o ar (é inevitável lembrar a teoria hipocrática das índoles e a dos quatro temperamentos de Demócrito). Por fim é preciso falar, também, da vizinha medicina chinesa: nela a doença é a quebra do relacionamento entre a energia do sol e da vida (yang) e a energia da terra e da morte (yin)".

Os conhecimentos médicos tibetanos vêm todos do "Buda azul" ou Bhaisajya Buda ("Buda da medicina"), que hoje em dia, no Oriente, todos invocam quando caem doentes. Sobre os ensinamentos do Buda foram redigidos os quatro Tantra, as obras básicas que contêm a raiz do conhecimento médico, a técnica dos diagnósticos, a terapia das ervas, a preparação dos medicamentos; a grande quantidade de obras, algumas até bem recentes, vieram completar e modernizar os Tantra.

Como disse o Dr. Jeffrey Hopkins da Universidade de Virgínia (um atento estudioso americano da medicina indiana e tibetana), "a essência dessa arte médica é, podemos dizer, paranormal: uma palavra que nós usamos quando nos referimos a técnicas que não conseguimos compreender".

O doutor Gerard Goldstein, um seu colega, completou seu pensamento com maior realismo: "Devemos reconhecer que grande parte da diferença entre as ciências médicas está, sobretudo, na terminologia e nas classificações dos ingredientes: podem ser expressas de modos diferentes as mesmas coisas".


A Deontologia

O doutor Tsultim relaciona, assim, os princípios do código moral do médico:

"Nunca dar uma informação errada sobre a composição de um medicamento" (é, por assim dizer, um golpe mortal o uso ocidental dos "brevetes"). "Nunca dar um medicamento com o fim de matar" (quem pensa no juramento de Hipócrates, tenha em mente de que estas normas, o precedem em alguns milhares de anos).

Ainda: "Seja sempre uniforme na qualidade das tuas curas" (isto é, nunca tratar melhor a alguns pacientes que talvez tenham melhores posses, em detrimento de outros que não as possuem).

"Tenha para todos a mesma compaixão." Uma norma específica diz respeito ao médico: "Abstenha-se de consumir qualquer coisa que possa te intoxicar".

Há ainda uma regra que talvez não encontremos tão facilmente na ética e nas praxes da medicina ocidental. Diz: "Recorde-se que fez juramento de não pedir nunca nenhuma compensação pelos serviços que prestar".

* O venerável doutor vive (o texto é de 1976), atualmente, em Kalimpong, em uma cabana em que, quando chove, a água penetra abundante pelas fendas do teto.


 Glossário:


1) Tantra: obras básicas da medicina budista.

2) Deontologia: tratado dos deveres — ética profissional.

3) Sufumigação: aplicação de vapor medicinal.

4) Cateterismo: qualquer sondagem cirúrgica em canal ou conduto natural.



* Extraído de um texto de Giuliano Ferrieri - 1976


terça-feira, 23 de novembro de 2010

Os mistérios da Água



Nenhum cientista ficou surpreso ao saber que Pauling pesquisava a água, fato que teria espantado provavelmente os leigos. Pauling recebeu duas vezes o Premio Nobel, uma vez pela paz, e a segunda por seus trabalhos de química. Ele fundou o grupo Pugwash, organização que reúne os maiores pesquisadores do mundo.  Que diabo pensa consigo o leigo: - um cientista dessa estatura vai procurar nesse elemento superconhecido que é a água?  Pauling indagava simplesmente por que a agua ferve a 100 centigrados: o ponto de ebulição dos corpos varia com o seu peso molecular; o propano, por exemplo, cujo peso molecular é de 44, ferve a 42 º C, e a água, com seu peso molecular de 18, deveria ferver a 26 ºC.

Qual razão dessa anomalia?

Esse líquido honesto guardou durante muito tempo seu segredo.

Para Tales de Mileto e Empédocles, a água era um dos quatro elementos da natureza.  Outros autores antigos afirmavam (e provavam), que ela se transformava em terra após haver sido fervida.  Isso decorria de um pequeno erro na experiência, eles ferviam a água em recipientes de vidro, de sorte que uma quantidade ínfima de silicato alcalino se dissolvia e permanecia no fundo do frasco após a evaporação. Esse resíduo era terroso. Lavoisier apontou esse erro experimental em 1773.

Oito anos mais tarde, Cavendish obtinha água queimando o hidrogênio, e foi por esse razão que Watt imaginou que a água era uma mistura de hidrogênio e de "flogistica" - uma substancia hipotética que explicava a combustão dos corpos. Finalmente, em 1783, Lavoisier descobriu que a água era uma mistura de hidrogênio e de oxigênio, embora tenha se enganado quanto às proporções. Guilhotinado durante a Revolução Francesa, ele não teve tempo de corrigir seus cálculos.  Faltava resolver ainda o problema da ebulição anormal. Pauling porventura sabia, ao iniciar suas pesquisas, o que iria encontrar?  Esse é o segredo da pesquisa cientifica quando a intuição, (ou quem sabe, a adivinhação), lança experiência e deduções em caminhos desconhecidos. Não entraremos nos detalhes a respeito dos trabalhos de Pauling, base de uma nova ciência, diremos apenas que ele descobriu que as cargas, positivas e negativas, de cada molécula de água não se neutralizavam. E que cada uma das moléculas possuía dois pólos.

Foi nesse dia que o homem penetrou na intimidade da água. Finalmente tinha chegado sua vez, Pauling demonstrou ainda que as moléculas da água, pelo fato de serem bipolares, reuniam-se em "grupos":
Foi Bernal quem realizou o estudo desses grupos.

   
Alguns anos mais tarde, os austeros membros da Academia Real de Londres ficaram um tanto surpresos quando viram seu ilustre colega subir no estrado carregando alguns barris extremamente pesados.  Bernal explicou-lhes que alguns barris continham objetos em forma de triedro, de octaedro, de tetraedro etc., e que o último barril estava cheio de objetos da mesma natureza embora de forma pentaédrica, (de cinco faces).  Bernal abriu em seguida os barris e os inclinou.

Os primeiros conservaram obstinadamente o seu conteúdo, que escorria lentamente do barril cheio de pentaedros.
- Isso explica - disse Bernal - por que água corre. Os "grupos" descobertos por Pauling formam sua simetria da ordem de 5, como a estrela de pontas cujos eixos da simetria se cortam. Esses “grupos” reúnem cinco moléculas numa pirâmide de base quadrangular.

O homem sabia, agora, como era feita a água. Mas contam que no final dessa comunicação, alguns membros da Academia Real lembraram que nosso corpo contém 60 % de água, que possuímos cinco dedos, que as flores apresentam uma simetria baseada no número cinco, que a estrela-do-mar tem cinco pontas, que não existe cristal cuja simetria seja baseada no número cinco, nem de núcleo atômico estável com cinco partes. Será que essa simetria da ordem de 5, presente em alguns casos, ausente em outros, não teria um significado muito geral?

Foi então que os cientistas ficaram conhecendo as experiências de Piccardi. Esse pesquisador italiano, membro de importantes organizações cientificas, autor de estudos muito considerados entre seus colegas, surpreendeu-se ao constatar que o resultado de numerosas experiências variava segundo a data em que era realizada. Isso era algo absolutamente incompreensível, cientificamente inadmissível, uma vez que em todas as datas a experiência era realizada em condições rigorosamente semelhantes.

Piccardi pesquisou durante 11 anos, realizou milhares de experiências, descobriu regularmente algumas diferenças aberrantes e formulou a seguinte hipótese de trabalho:

"Uma vez que somente a data varia, é de supor que "algo" se produz em cada experiência, que uma força intervêm que não é a mesma em março e em setembro, e modifica os processos e os resultados de minhas experiências, realizadas, quanto ao mais, exatamente da mesma maneira".

Que força podia ser essa?  Piccardi lembrou-se então que a Terra gira em torno do Sol que, durante esse tempo, dirige-se para a constelação de Hercules. Uma vez que ela gira em torno de um objeto --- o Sol --- que por sua vez se desloca, nossa Terra descreve necessariamente um movimento helicoidal através do espaço.

Ao descrever esse movimento, ela se apresenta diferentemente, em diversas datas, em relação à Via Láctea.

- Se existirem campos de força na Via Láctea - observou Piccardi - eles atingirão diferentemente a Terra em cada data, e sempre da mesma maneira todos os anos, já que nosso movimento helicoidal é mais ou menos regular. A intervenção dessas forças, mais ou menos intensas, diferentes segundo o momento, explicaria as diferenças nos resultados das experiências realizadas nas mesmas condições - com exceção das datas.

A hipótese era sedutora. Mas existiriam de fato esses campos de força da Via Láctea?


Antonio Giao, reunindo as experiências de Piccardi e as equações de Einstein, provou posteriormente a existência dos campos de forças galácticas.

A hipótese de Piccardi, aceita cientificamente, era de qualquer modo a única explicação possível para as diferenças encontradas nos resultados das experiências.

Restava saber como essas forças galácticas operavam. Sem entrar em detalhes extremamente complexos, basta saber que de 1951 a 1960 mais de 250 mil experiências foram realizadas por diversos cientistas do mundo inteiro, que analisaram e compararam os resultados das experiências levadas a efeito de Madagascar às ilhas Kerguelen, do Japão à Antártida, em toda parte onde operavam as forças galácticas recentemente descobertas. . .

A resposta chegou finalmente: as forças galácticas operavam por intermédio da água. Grosseiramente falando, elas fazem girar e deformam as pirâmides de cinco faces e base retangular que unem as moléculas bipolares e formadoras da água - conforme provaram as experiências de Pauling e de Bernal.

Essa descoberta nos abre um domínio infinito.  Porque nosso sangue, nosso organismo, os animais, as plantas da terra - tudo é feito de água. Se for comprovado que as moléculas dessa água onipresente se deformam em certas datas, quantos problemas novos não se apresentar o aos pesquisadores?

Sem mencionar a influência hipotética das configurações astrais, devemos reconhecer que as pessoas nascidas sob o signo de Escorpião não foram influenciadas da mesma maneira pelas forças galácticas que aquelas que nasceram sob o signo de Touro - isto é, no momento em que foram concebidas e durante a vida intra-uterina, período em que o organismo é especialmente sensível. Isso indica que os astrólogos primitivos já haviam suspeitado alguma coisa do invisível. 

Mais concretamente, toda a física, toda a química, toda a biologia e mais longe ainda, todo o conhecimento humano incluindo o de suas sociedades e da política, devem ser repensados levando em conta as descobertas de Pauling, Bernal, Piccardi e Giao, os quais descobriram como a agua é feita, que ela serve de intermediário entre as forças galácticas e tudo que vive na Terra e que seus grupos pentaédricos, sensíveis a essas forças, tinham a capacidade de armazenar e transmitir sua energia.
 
Ocorreu ao Dr. Ménétrier - as pesquisas se processavam ao mesmo tempo em diversas disciplinas, como costuma acontecer - diluir na água partículas de ouro e de cobalto ionizados. A solução era composta de partículas infinitamente pequenas, imperceptíveis.

O Dr. Ménétrier utilizou em seguida essa água como medicamento: Ela curava!  Temendo o efeito da auto-sugestão (é possível adormecer uma pessoa que sofre de insônia dizendo-lhe que a água pura que ela bebe contém um sonífero), ele recomeçou suas experiências.  E constatou que os remédios que continham uma quantidade tão pequena de ouro e de cobalto ionizados, que a análise mais cuidadosa não conseguia descobrir, agiam realmente sobre o organismo! Será que essa experiência fazia justiça finalmente a Hahnemann, o médico que foi obrigado a fugir da Alemanha por ter inventado a Homeopatia e feito concorrência a seus colegas alopatas? Faltava ainda explicar o fenômeno. Foi o que Boivin e Jacques Bergier tentaram fazer:

"E provável - pensaram eles - que essas pirâmides pentaédricas da água se orientem em torno da substância diluída em quantidades ínfimas, "copiam-na", "imitam-na" e operam como ela. Isso explicaria as curas incompreensíveis".

Jacques Bergier realizou em seguida uma experiência para verificar sua hipótese: dissolveu substâncias fluorescentes na água, tornou a dissolvê-las e recomeçou o mesmo processo até chegar ao ponto em que a dose delas era tão fraca que pareciam inexistentes.  Iluminou depois essa água com raios ultravioleta: ela se tornou mais fluorescente do que a água de torneira ou a água destilada, que nunca tinham "visto" essas substancias.  Outras pesquisas estão sendo realizadas atualmente.

Bernal, que descobriu as pirâmides pentaédricas da água, recebeu um dia em seu laboratório a visita de Boris Deryagin, físico soviético cujos trabalhos, com seus resultados surpreendentes, tinham sido freqüentemente contestados no Ocidente. O cientista russo trazia consigo um pequeno tubo de ensaio cheio de um líquido desconhecido. Bernal analisou o conteúdo: era simplesmente água, ou antes, um líquido extraído da água. Mas essa substância tinha urna densidade muito superior (40%) à da água comum, diferente da densidade da água pesada. Era necessária uma temperatura de 200 graus centígrados para fazê-la ferver; seu vapor, que podia ser aquecido até 800 º não dava água comum ao se esfriar, e ela não se transformava nunca em gelo; ela se tornava vidrosa à temperatura de apenas menos 50 º centígrados. Bernal aprofundou sua análise: o peso molecular desta água não era 18, mas 72. Em outras palavras, cada uma de suas moléculas era a associação de quatro moléculas da água comum. Esse fato, que apaixonou os cientistas, interessa a todos nós. Sabemos que alguns cientistas estudam a possibilidade de congelar o homem, hiberná-lo à temperatura de menos 40 centígrados e no momento propício; aquecê-lo e fazê-lo reviver.

Infelizmente, essa operação é irrealizável no momento aos 60% de água que contém nosso organismo: ao gelar, essa agua ocupa um volume maior, arrebentando os vasos capilares e matando o paciente. Ora, a agua de Deryagin não gela nunca. . .  Se fosse possível, no entanto, substituir a água de um indivíduo pela água de Deryagin nossa congelação (ou congelamento) seria praticável, seguida de um aquecimento posterior e de uma volta à vida. É fácil perceber os domínios que se abrem graças a essa descoberta.

 
 Abandonando essas fronteiras da pesquisa, voltemos à agua comum. Sabemos que, natureza, ela segue um circuito complicado: ao sair da terra, torna-se um filete d'agua, riacho, rio, açude, lago e, finalmente, oceano. O sol a aquece, seu vapor sobe na atmosfera onde ela se carrega de ozônio, volta sob a forma de chuva, de neve ou de granizo, e o ciclo recomeça.  Lembremos que Leonardo da Vinci havia pressentido esse fenômeno e que a água da chuva é um verdadeiro remédio.

Mas nós vivemos hoje longe da natureza e bebemos água da torneira que não tem nada a ver com a agua da chuva: é uma água regenerada, arejada, filtrada, tratada. Ela já serviu seis ou sete vezes. Foi limpa de suas substancias tóxicas ou simplesmente nocivas e nós a absorvemos sem nos causar nenhum mal.

Convém admitir, entretanto, que as opiniões variam a esse respeito. Alguns afirmam que a água clorada é prejudicial. Mas o contrário foi provado, a menos evidentemente que a quantidade de cloro não seja exagerada. . .  Se Marselha, por exemplo, não sucumbiu ao tifo antes de suas novas instalações de tratamento da água, foi por que a quantidade de cloro da água potável chegou ao máximo tolerável. E essa medida era necessária: a agua chegava à cidade por um canal aberto onde todos os rebanhos da Provença iam beber - o que não seria muito grave - e fazer ainda outras coisas, e os amantes da pesca não conheciam melhor pesqueiro do que a saída da antiga estação de tratamento. Podem imaginar qual era o alimento das carpas pescadas nesse local!  

O cloro salvou Marselha de suas águas poluídas e de suas águas de poço. Não há dúvida, portanto que a água tratada das cidades inofensiva ao organismo. Seu único inconveniente, de ordem psíquica: não são todas as pessoas que gostam de saber para que serviu a agua que bebem . . . Um outro aspecto do problema, saber se temos necessidade de uma água quimicamente pura.  Nosso organismo não necessita ingerir uma água que contenha alguns microrganismos?

Os criadores de peixes vermelhos sabem disso por experiência: eles recolhem a água da chuva, envelhecem-na em frascos colocados em cima das janelas e depois a despejam nos aquários.  Os peixes delicados vivem melhor com esse tratamento. A água envelhecida, que eles engolem e respiram, possui certamente animaizinhos microscópicos, micróbios inofensivos, e talvez oxidações necessárias à sobrevivência deles. Será que o mesmo não ocorre conosco?

Todo o problema de nossa civilização depende disso. Foi provado que um indivíduo que só come produtos absolutamente assépticos, que só bebe destilada, que só respira um ar isento de impurezas, é mais sensível às doenças do que seu avô, que tomava menos precauções para comer, beber e respirar. E isso por uma razão muito simples: seu organismo não produz os anticorpos indispensáveis à luta contra os micróbios portadores de doenças. .
 

Esse fato coloca, por sinal, um problema curioso, que foi admiravelmente exposto por Asimov no seu livro New Intelligent Manus Guide to Science, onde colhemos numerosas informações. Foi constatado que se colocarmos uma quantidade bem pequena de fluoretos na água que bebemos, ocorre um efeito de catálise que impede as cáries dentárias. Segundo os cálculos feitos, essa garantia absoluta custaria apenas 25 cents por americano por ano. Ora, os mesmos norte-americanos gastam todos os anos 500 milhões de reais nos seus dentistas, o que é muito, sem falar nos incômodos e no sofrimento dos tratamentos dentários.

Seria natural, por conseguinte, que a América do Norte colocasse a quantidade recomendável de flúor nos seus reservatórios de água. Essa operação, no entanto, mostrou-se irrealizável: 27 milhões de americanos declararam-se a favor da medida, enquanto 27 milhões votaram contra, apoiados por uma comissão nacional de luta contra a fluorização extremamente ativa. Teriam sido influenciados nisso pelos dentistas que temiam perder seu ganha-pão? De forma alguma. Os que condenaram a fluorização da água, proteção absoluta contra a cárie dentária, apresentaram dois argumentos:

O primeiro, bastante surpreendente: essa operação - explicaram eles - teria efeitos psíquicos desastrosos; ela embruteceria o americano e poderia mesmo torná-lo estéril! Alguns chegaram a afirmar que a campanha da fluorização era de origem e inspiração soviética, e que fazia parte de uma conspiração para destruir os Estados Unidos. . . Seria preciso dizer que nenhum dado científico comprova essa opinião?

O segundo argumento coloca um problema fundamental: o governo não tem o direito - afirmaram os 27 milhões de americanos contra o flúor - de impor uma água tratada quimicamente, por maiores que sejam as vantagens possíveis desse tratamento.

Parodiando Moliére, poderíamos emprestar-lhes essa frase: "O que vocês têm que ver com minha dor de dente?"

Essa posição, aliás, não é nova: ela se parece com a dos "antivacina" que criticaram Jenner quando ele descobriu a imunização contra a varíola, e cujos descendentes ideológicos continuam a condenar toda espécie de vacina. Defender as pessoas contra a vontade deles.  Isso merece reflexão: A sociedade tem o direito de defender as pessoas contra a vontade delas? Todo o problema da liberdade individual está nessa pergunta, tema especialmente delicado numa época em que as sociedades modernas controlam cada vez mais profundamente o comportamento de seus membros, em nome de decisões governamentais que nem sempre correspondem à nossa vontade pessoal, que é livre afinal para viver conforme lhe agradar se isso não causar prejuízo a outros.

Esse último aspecto do problema não deve encobrir o essencial, que é dramático: Consumimos água em quantidades cada vez maiores, seja para nossas "necessidades domésticas", seja em nossas indústrias, e muito em breve - num momento que pode ser calculado - mais água em quantidade suficientemente na Terra.

É verdade que algumas obras imensas de aproveitamento da água do mar já estão sendo realizadas em alguns países, como Israel e em Kuweit, por exemplo. Mas esse processo custa terrivelmente caro.

É estranho constatar que, no momento em que o homem começou a descobrir finalmente os mistérios da água, surgem os primeiros sinais de sua falta. . .aguardemos e porque não, rezemos!